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No coração da Igreja serei o amor

01 de Outubro de 2013

Memória de Santa Teresinha do Meninos Jesus

Será que o caro leitor já se perguntou qual é o seu papel dentro da Igreja de Jesus Cristo? Temos o dever de salvar nossas almas e porque não a de outrem? Todos nós fomos chamados a desempenhar um papel dentro da Igreja que, certamente, não poderá ser realizado por outro…

Ao iniciarmos o mês de outubro nos deparamos com a memória daquela que prometeu uma chuva de rosas, santa Teresinha do Menino Jesus.

Caro leitor, deixemo-nos inebriar pela belíssima história da carmelita de Lisieux que procurava seu lugar dentro da Igreja, até que um dia,…  encontrou a resposta para esta dúvida que tanto lhe perturbava.

 *      *     *

Meus imensos desejos me eram um autêntico martírio. Fui, então, às cartas de São Paulo a ver se encontrava uma resposta. Meus olhos caíram por acaso nos capítulos doze e treze da Primeira Carta aos Coríntios. No primeiro destes, li que todos não podem ser ao mesmo tempo apóstolos, profetas, doutores, e que a Igreja consta de vários membros; os olhos não podem ser mãos ao mesmo tempo. Resposta clara, sem dúvida, mas não capaz de satisfazer meu desejo e dar-me a paz.

Perseverei na leitura sem desanimar e encontrei esta frase sublime: Aspirai aos melhores carismas. E vos indico um caminho ainda mais excelente (1Cor 12,31). O Apóstolo esclarece que os melhores carismas nada são sem a caridade, e esta caridade é o caminho mais excelente que leva com segurança a Deus. Achara enfim o repouso.

Ao considerar o Corpo místico da Igreja, não me encontrara em nenhum dos membros enumerados por São Paulo, mas, ao contrário, desejava ver-me em todos eles. A caridade deu-me o eixo de minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo formado de vários membros e neste corpo não pode faltar o membro necessário e o mais nobre: entendi que a Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor. Compreendi que os membros da Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não mais anunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue. Percebi e reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno.

Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará.

Da Autobiografia de Santa Teresa do Menino  Jesus, virgem

(Manuscrits autobiographiques,  Lisieux1957,227-229)

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O vagabundo de Deus!

16 de Setembro de 2013

Em meio à neve, ouviu-se mais um tiro. Os trabalhadores param um instante, alguns homens tiram o chapéu e baixam a cabeça. De repente, ouvem um grito: “Ao trabalho!” Era mais um prisioneiro que morria nos trabalhos forçados.

Nos setenta anos que durou o regime comunista soviético (1917-1991), a Igreja daquela imensa região foi forçada a viver na clandestinidade, recordando o período das catacumbas.  Após a Segunda Grande Guerra, o regime comunista deportou muitos alemães que habitavam na região do Mar Negro e nas proximidades do rio Volga, levando-os a pequenos e miseráveis conjuntos de cabanas localizados nos montes Urais. Ali acabavam sua vida em meio aos trabalhos forçados.

De tempos em tempos, um homem surgia no acampamento, maltrapilho, com sacos na mão. Batia na porta de uma das barracas e aparentemente pedia comida. Algumas famílias o faziam entrar, outras o despediam logo após uma conversa. Curiosamente corria na rua o comentário: “O vagabundo de Deus chegou”.

Era o Padre Alexij Saritski, sacerdote ucraniano greco-católico. Vindo secretamente da cidade de Karaganda, no Cazaquistão, onde cumpria seu exílio, tinha em seu coração um único objetivo: levar o maior número de fiéis a receberem a Sagrada Comunhão. Para isso passava noites em claro atendendo – em segredo – os católicos que desejavam confessar-se para assim poderem comungar na Missa da manhã seguinte. Tal era o zelo de Pe. Alexij que seus fiéis chegavam a dizer: “Padre, o senhor precisa comer e descansar um pouco”. O sacerdote então respondia: “Não posso, porque os guardas podem descobrir-me de uma hora para outra, e muitas pessoas ficariam sem comungar por não terem confessado.”

Pe. Alexij Saritski

Noite adentro o bom sacerdote atendeu os penitentes e logo em seguida iniciou a celebração da Santa Missa. De súbito, ouviu-se o alerta de que a polícia estava chegando. Uma fiel, Maria Schneider, rapidamente saiu com o Pe. Saritski escondendo-o em um quarto. Maria então trouxe algo para o sacerdote comer e disse: “Agora o senhor poderá comer e descansar um pouco. À noite, fugiremos para uma cidade próxima”. Pe. Alexij estava com o semblante triste. Pensava em seu rebanho que, embora houvesse confessado, não tivera a oportunidade de comungar. A fiel então o consolou dizendo que todos de muito boa vontade fariam uma Comunhão espiritual, na esperança do retorno do sacerdote que traria – esperavam em breve – a Comunhão sacramental.

À noite, Maria Schineider deixou seus dois filhos com sua mãe e juntamente com Pulcheria Kock (tia de seu marido) fugiram com Pe. Saritski. Uma caminhada de doze quilômetros atravessando o bosque coberto de neve em uma temperatura de 30 graus abaixo de zero. Chegando à estação, compraram os bilhetes e ficaram na sala de espera, aguardando a chegada do trem. De repente, entra um guarda na sala e vai em direção ao sacerdote. E pergunta: “Aonde o senhor vai?”. Assustado, o padre não consegue responder nada. Foi Maria quem respondeu: “Este é um amigo nosso, estamos com ele, aqui está seu bilhete”. O soldado pegou o bilhete e disse: “Por favor, não entre no último vagão, porque será desatrelado do trem na primeira estação. Boa viagem”. Assim, despediu-se o Pe. Saritski, prometendo regressar o quanto antes para celebrar e ministrar a Comunhão a todos.

O povo de Krasnokansk teria de aguardar um ano até que o “vagabundo de Deus” pudesse retornar e celebrar. Após a Missa, Maria Schneider fez-lhe um ousado pedido: “Padre, o senhor poderia deixar-nos uma hóstia consagrada? Minha mãe está muito doente e gostaria muito de comungar antes de morrer”. O pedido foi atendido, e a filha pode administrar com o maior respeito a Sagrada Comunhão a sua mãe, usando luvas brancas e uma pequena pinça.

Mais tarde, em 1962, a família mudou-se para o Quirguistão. E Pe. Alexij as visitou secretamente celebrando Missa em sua casa, deixando uma hóstia consagrada com as senhoras para que, durante a adoração ao Santíssimo Sacramento, pudessem cumprir a devoção das nove primeiras sextas feiras do mês, em honra ao Sagrado Coração de Jesus. Eram convidadas pessoas de inteira confiança para estas adorações clandestinas. Ao fim dos nove meses, Pulcheria comungou a sagrada espécie e as demais senhoras comungaram espiritualmente. Este foi o alimento espiritual que sustentou na Fé não só aquelas mulheres, mas seus filhos e as gerações seguintes.

Em abril de 1962, Pe. Alexij Saritski foi preso e levado ao campo de concentração de Dolinks, próximo a Karaganda. Após muitos maus tratos e humilhações, o bem aventurado recebeu a coroa do martírio no dia 30 de outubro de 1963, sendo beatificado em 2001 por João Paulo II.

           Estes fatos, que narram intensa devoção eucarística e profundo desejo do pastor em santificar seu rebanho, foram escritos pelo filho de Maria Schineider, Dom Athanasius Schneider, bispo auxiliar de Karaganda, no Cazaquistão, em seu livro “Dominus Est – Riflessioni di um vescovo dell’Asia Centrale sulla Sacra Comunione” editato pela Libreria Editrice Vaticana em 2008.

Por VDias

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24º Domingo do Tempo Comum

 13 de Setembro de 2013

Era fria aquela manhã. Muitas ruas ainda dormiam e o sol aos poucos se fazia ver no horizonte nublado. Alguns passos apressados se faziam ouvir no calçamento centenário das ruelas até chegarem à igreja matriz. Um sacerdote começava a subir o altar para a missa, enquanto outros  atendiam os penitentes no tribunal da confissão. Um destes então viu aproximar-se um homem, não era um estranho, já estivera ali outras vezes. Ajoelhou-se e após declinar suas faltas recebeu a absolvição. O sacerdote então ficou pensando: “Este homem vem aqui todos os dias e confessa a mesma falta. Diz que quer mudar de vida, mas não muda, por isso vem sempre aqui… e esta é a oitava vez esta semana!”

No dia seguinte, aquele padre estava junto ao altar marcando as folhas do missal. Faltava ainda algum tempo para a missa e a igreja estava quase vazia. Ao levantar o olhar em direção a porta viu o penitente do dia anterior entrar e ir em direção a ele. “Padre, o senhor pode atender-me em confissão?”. O ministro de Deus então disse que aquilo era um absurdo e que não daria a absolvição. “Eu não te perdoo!” disse o padre. Nesta hora, ouviu-se um forte estalo. O grande crucificado que pendia no altar desprendeu sua mão do madeiro e traçando um enorme sinal da cruz, disse: “Eu te perdoo porque me custaste muito. Custaste-me todo o meu sangue”. 

Este fato, ocorrido em uma pequena cidade da Espanha durante a Idade Média é um pequeno exemplo da misericórdia de Deus. Entretanto ele é nada perto de uma das mais belas parábolas contadas por Nosso Senhor Jesus Cristo, e que a liturgia reserva para este 24º Domingo do Tempo Comum.

Mons. João S. Clá Dias em sua obra “O inédito sobre os Evangelhos” ao comentar o texto de São Lucas nos diz:

“O filho trocou a inocência do lar pela vida devassa. Expressiva imagem de todos os batizados que, desprezando a condição de filhos de Deus, abandonam o estado de graça ao cometer uma falta grave! Esbanjando o tesouro sobrenatural entregue pelo Pai celeste, preferem o prazer fugaz do pecado à felicidade do convívio com Deus e Maria Santíssima, na eternidade.

“Por sua vez, em nenhum momento o pai se esqueceu do jovem e, sem jamais perder as esperanças de reencontrá-lo, continuamente elevava ao Céu aflitas orações por sua conversão. Com igual indulgência Deus reage conosco quando O ofendemos e, em sua bondade, nunca nos desampara, mesmo quando nos afastamos d’Ele com o pecado. Refletindo sobre esta clemência.

“É bem provável que o pai tenha sentido acenderem-se, muitas vezes, suas esperanças quanto à volta do filho. Dirigia-se, então, a um local de onde podia divisar os caminhos da região e ali passava longos períodos rezando, numa confiante espera… Até o dia em que…

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Alegria até para os anjos

08 de Setembro de 2013

Natividade de Nossa Senhora e primeiras comunhões

          Essa pergunta, feita por São Pedro Damião em seu “Segundo Sermão sobre a Natividade de Nossa Senhora”, ainda surge hoje quando se trata de comemorar essa solenidade. O acontecimento é grande demais. E assim o santo justificou sua perplexidade:

          “Às trevas do paganismo e à falta de fé dos judeus, representadas pelo templo de Salomão, sucede o dia luminoso no templo de Maria. É justo, portanto, cantar este dia e Aquela que nele nasceu. Mas como poderíamos celebrá-la dignamente? Podemos narrar as façanhas heroicas de um mártir ou as virtudes de um santo, porque são humanas. Mas como poderá a palavra mortal, passageira e transitória exaltar Aquela que deu à luz a Palavra que fica? Como dizer que o Criador nasce da criatura?”

           Está inteiramente de acordo com o espírito da Igreja festejar com alegria a Festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria. Sua comemoração é feita no dia 8 de Setembro. “A celebração de hoje é para nós o começo de todas as festas”, afirma o Calendário Litúrgico Bizantino. O nascimento de Maria Santíssima traz ao mundo o anuncio jubiloso de uma boa nova: a mãe do Salvador já está entre nós. Ele é o alvorecer prenunciativo de nossa salvação, o início histórico da obra da Redenção.

          A alegria nas comemorações da festa litúrgica do nascimento de Nossa Senhora é justificadamente incentivada a todos, até aos anjos:

          “Alegrem-se todos os homens porque o nascimento da Virgem veio anunciar-lhes a aurora do grande dia da libertação pela qual aspiram todos os povos. Alegrem-se todos os anjos porque neste dia foi-lhes dada pela primeira vez a ocasião de reverenciar a sua futura Rainha.”

(http://www.arautos.org/especial/19039/A-Natividade-de-Maria.html)

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          “Deixai vir a mim os pequeninos, deles é o reino dos Céus” … Nos dias de hoje é importante que pais e sacerdotes favoreçam a que as crianças que atingiram o uso da razão se preparem convenientemente para receberem, o quanto antes, o corpo e sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. O decreto de São Pio X caminha no sentido de que quanto menor a idade, melhor é comungar, mais digna será a acolhida a Cristo sacramentado.

          Por isso também hoje houve mais uma alegria na Terra que contagiou o Céu, pois  5 crianças receberam por primeira vez a Jesus Sacramentado durante a Missa Solene da Natividade de Maria. Elas foram previamente preparadas através de aulas de catequese ministradas pelos Cooperadores dos Arautos do Evangelho.

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