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24º Domingo do Tempo Comum

 13 de Setembro de 2013

Era fria aquela manhã. Muitas ruas ainda dormiam e o sol aos poucos se fazia ver no horizonte nublado. Alguns passos apressados se faziam ouvir no calçamento centenário das ruelas até chegarem à igreja matriz. Um sacerdote começava a subir o altar para a missa, enquanto outros  atendiam os penitentes no tribunal da confissão. Um destes então viu aproximar-se um homem, não era um estranho, já estivera ali outras vezes. Ajoelhou-se e após declinar suas faltas recebeu a absolvição. O sacerdote então ficou pensando: “Este homem vem aqui todos os dias e confessa a mesma falta. Diz que quer mudar de vida, mas não muda, por isso vem sempre aqui… e esta é a oitava vez esta semana!”

No dia seguinte, aquele padre estava junto ao altar marcando as folhas do missal. Faltava ainda algum tempo para a missa e a igreja estava quase vazia. Ao levantar o olhar em direção a porta viu o penitente do dia anterior entrar e ir em direção a ele. “Padre, o senhor pode atender-me em confissão?”. O ministro de Deus então disse que aquilo era um absurdo e que não daria a absolvição. “Eu não te perdoo!” disse o padre. Nesta hora, ouviu-se um forte estalo. O grande crucificado que pendia no altar desprendeu sua mão do madeiro e traçando um enorme sinal da cruz, disse: “Eu te perdoo porque me custaste muito. Custaste-me todo o meu sangue”. 

Este fato, ocorrido em uma pequena cidade da Espanha durante a Idade Média é um pequeno exemplo da misericórdia de Deus. Entretanto ele é nada perto de uma das mais belas parábolas contadas por Nosso Senhor Jesus Cristo, e que a liturgia reserva para este 24º Domingo do Tempo Comum.

Mons. João S. Clá Dias em sua obra “O inédito sobre os Evangelhos” ao comentar o texto de São Lucas nos diz:

“O filho trocou a inocência do lar pela vida devassa. Expressiva imagem de todos os batizados que, desprezando a condição de filhos de Deus, abandonam o estado de graça ao cometer uma falta grave! Esbanjando o tesouro sobrenatural entregue pelo Pai celeste, preferem o prazer fugaz do pecado à felicidade do convívio com Deus e Maria Santíssima, na eternidade.

“Por sua vez, em nenhum momento o pai se esqueceu do jovem e, sem jamais perder as esperanças de reencontrá-lo, continuamente elevava ao Céu aflitas orações por sua conversão. Com igual indulgência Deus reage conosco quando O ofendemos e, em sua bondade, nunca nos desampara, mesmo quando nos afastamos d’Ele com o pecado. Refletindo sobre esta clemência.

“É bem provável que o pai tenha sentido acenderem-se, muitas vezes, suas esperanças quanto à volta do filho. Dirigia-se, então, a um local de onde podia divisar os caminhos da região e ali passava longos períodos rezando, numa confiante espera… Até o dia em que…

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Bênção da Fogueira na Noite de São João

          18 de Junho de 2013

By VDias

          O Documento de Aparecida nos ensina que a religiosidade popular é “o precioso tesouro da Igreja Católica na América Latina”.[Devemos] “promovê-la e protegê-la. Essa maneira de expressar a fé está presente de diversas formas em todos os setores sociais, em uma multidão que merece nosso respeito e carinho, porque sua piedade ‘reflete uma sede de Deus que somente os pobres e simples podem conhecer'”. (DA 258)

          Continua o texto: “Entre as expressões dessa espiritualidade contam-se: as festas patronais, as novenas, os rosários e via-sacras, as procissões, as danças e cânticos do folclore religioso, o carinho aos santos e aos anjos, as promessas, as orações em família”. (DA 259)

          No próximo dia 24 estaremos recordando o nascimento de São João Batista, o precursor de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que “foi, em suma, uma figura ímpar na história de Israel. (…) Dentre todos os profetas do Antigo Testamento, só ele teve a incomparável glória de encontrar-se pessoalmente com o Divino Salvador e apontá-lo em termos inteiramente claros: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’ (Jo 1,29)” (Revista Arautos do Evangelho nº 120, p 14)

          Apresentamos aos nossos leitores o belo cerimonial da bênção da fogueira na noite de São João. Tal benção encontra-se no RITUAL DE SACRAMENTOS E SACRAMENTAIS editado pelo Secretariado Nacional de Liturgia da CNBB em 1965. No texto de apresentação deste, o então Secretário Nacional de Liturgia, Dom Clemente Isnard, OSB, assim se exprimia: “Na assembleia geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Roma, ao ser promulgadas, em dezembro de 1963 a Constituição Sacrosanctum Concilium, o nosso Episcopado decidiu introduzir o uso da língua vernácula nas partes permitidas da Missa e administração dos Sacramentos e Sacramentais. (…) Oxalá o uso destas versões contribua eficazmente para que os fiéis, acendendo aos Sacramentos numa iniciativa de Fé, participem ativa, consciente e mais facilmente das ações litúrgicas.

Bênção da Fogueira na noite de São João Batista

(Rit. Rom, tít. IX, cap III, 13)

 V. A nossa proteção está no nome do Senhor.

R. Que fez o céu e a terra.

V. O senhor esteja convosco.

R. E contigo também.

Oremos

Senhor Deus, Pai todo-poderoso, luz inextinguível e criador de toda luz, santificai + este fogo novo e dai-nos, um dia, após as trevas desta vida, que possamos, puros de coração, chegar a vós, luz inextinguível. Por Cristo, nosso Senhor.

R. Amém.

Asperge a fogueira com água benta. Em seguida:

Hino

 Doce sonoro, ressoe o canto.

Minha garganta, faça pregão.

Solta-me a língua, lava-me a culpa,

Ó São João

 Anjo no templo, do céu descendo,

Teu nascimento ao pai comunica,

De tua vida preclara fala,

Teu nome explica.

Da mãe no seio, calado ainda,

O Rei pressente num outro vulto,

E à mãe revelas o alto mistério

Do Deus oculto

Louvor ao Pai, ao Filho unigênito,

E a ti, Espírito, honra também,

Dos dois procedes, com eles sendo

Um Deus, amém.

V. Houve um homem por Deus enviado.

R. João era seu nome

Oremos.

Deus que nos concedeis este dia, para honrarmos o nascimento de S. João Batista, dai a vosso povo a graça da alegria espiritual e dirigi o coração dos vosso fiéis no caminho da eterna salvação. Por Cristo, nosso Senhor.

R. Amém.       

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2 de Fevereiro – Solenidade da Apresentação do Senhor e Festa da Purificação de Nossa Senhora

Presentación del Niño Jesús en el Templo Luis de Vargas Museo de Bellas Artes- Sevilla

Origens

São inúmeras as explicações para a origem da festa da Purificação. Beda o venerável, em seu “De Temporum rationem” faz menção a uma festa pagã, as Lupercálias, onde pessoas ofereciam aos deuses bodes e cães para pedirem fertilidade e purificação da terra. Após sacrificarem esses animais, cortavam tiras de couro e saíam pelas ruas de Roma correndo e batendo em todos os que encontravam pela frente.

O papa Gelásio I encontrou na liturgia de Jerusalém o remédio para combater tal costume desordeiro. Ali, na Terra Santa era costume desde o século IV o povo sair nas ruas em uma grande e solene procissão levando tochas e candeias acesas quarenta dias após a Epifania, ou seja, no dia 15 de fevereiro, era a festa da Hypapante (“encontro” em Grego).

Em Roma esta cerimônia foi transferida para o dia 2 de Fevereiro, quadragésimo dia após o 25 de Dezembro, data em que o natal era comemorado na Cidade Eterna.

A Benção das Velas

No mesmo dia 2 de Fevereiro a Igreja comemora em todo o mundo a festa de Nossa Senhora das Candeias, da Candelária, da Luz, da Glória, da Purificação, do Bom Sucesso. É um costume antiquíssimo que nesta data sejam abençoadas velas e distribuídas ao povo. O Beato João Paulo II certa vez disse:

“Hoje também nós, com as velas acesas, vamos ao encontro d’Aquele que é ‘a Luz do mundo’ e acolhemo-l’O na sua Igreja com todo o impulso da nossa fé baptismal.(…). Na tradição polaca, assim como na de outras Nações, estas velas benzidas têm um significado especial porque, levadas para casa, são acendidas nos momentos de perigo, durante os temporais e os cataclismos, em sinal da entrega de si, da família e de quanto se possui à proteção divina. Eis por que, em polaco, estas velas se chamam ‘gromnice’, isto é, velas que afastam os raios e protegem contra o mal, e esta festividade é chamada com o nome de Candelária.

“Ainda mais eloquente é o costume de colocar a vela, benzida neste dia, entre as mãos do cristão, no leito de morte, para que ilumine os últimos passos do seu caminho rumo à eternidade. Com esse gesto quer-se afirmar que o moribundo, seguindo a luz da fé, espera entrar nas moradas eternas, onde já não se tem ‘necessidade da luz da lâmpada nem da luz do sol, porque o Senhor Deus o iluminará’” (cf. Ap 22, 5). (HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II NA SOLENIDADE DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR NO TEMPLO E FESTA  DE NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA 2 de Fevereiro de 1998)

Dia Mundial da Vida Consagrada

Em 1997, o mesmo papa, Instituiu o dia Mundial da Vida consagrada.

“No dia em que a Igreja faz memória da Apresentação de Jesus no templo, celebra-se o Dia da Vida Consagrada. Com efeito, o episódio evangélico ao qual nos referimos constitui um ícone significativo da doação da própria vida por parte de quantos foram chamados a representar na Igreja e no mundo, mediante os conselhos evangélicos, os traços característicos de Jesus, casto, pobre e obediente, o Consagrado do Pai. Portanto, na festividade deste dia nós celebramos o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de Maria, consagração de todos aqueles que se põem na sequela de Jesus por amor do Reino de Deus.Adoração Perpétua na Basílica de Nossa Senhora do Rosário

“(…)o Dia da Vida Consagrada deseja ser, sobretudo para vós, queridos irmãos e irmãs que abraçastes esta condição na Igreja, uma preciosa ocasião para renovar os propósitos e reavivar os sentimentos que inspiraram e inspiram a doação de vós mesmos ao Senhor. É isto que queremos fazer hoje, este é o compromisso que sois chamados a realizar todos os dias da vossa vida”. (Homilia de  Bento XVI nas vésperas da Festa da Apresentação de Jesus no Templo por ocasião do XVI  dia Mundial da vida consagrada, 02 de Fevereiro de 2012)

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