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As vestes litúrgicas

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Cores Litúrgicas

     “As diferentes cores das vestes sagradas visam manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico.

       Com relação à cor das vestes sagradas, seja observado o uso tradicional, a saber:

O BRANCO é usado nos Ofícios e Missas do Tempo pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas celebrações do Senhor, exceto as de sua Paixão, da Bem aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos os Santos (1º de Novembro), de São João Batista (24 de Junho), da Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro) e da Conversão de São Paulo (25 de janeiro).

O VERMELHO é usado no domingo da Paixão e na Sexta feira  da Semana Santa, no domingo e Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires.

O VERDE se usa nos Ofícios e Missas do Tempo Comum.

Paramento 1

O ROXO é usado no tempo do Advento e da Quaresma. Pode também ser usado nos Ofícios e Missas dos Fiéis defuntos.

O PRETO pode ser usado, onde for costume, nas Missas dos Fiéis defuntos.

O ROSA pode ser usado, onde for costume, nos domingos Gaudete (III do Advento) e Laetare (IV da Quaresma).

Paramento 3

        Em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia.” (Instrução Geral do Missal Romano)

Paramentos AZUIS

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        Algumas pessoas nos perguntaram por que em algumas paróquias  usam  paramentos azuis nas festas de Nossa Senhora uma vez que não é uma cor litúrgica (pelo menos no Brasil)?

        Como podemos observar, o principal documento legislativo sobre as cores litúrgicas, a “Instrução Geral do Missal Romano” (ou IGMR), não  menciona diretamente os paramentos azuis. Mas existem referências indiretas (“outras cores festivas”).

         Ora, o Direito da Igreja canoniza o costume, conforme certas regras (cc. 5 §1-2, 23-28). Por “costume”, a Igreja considera aqueles habitos que legitimamente se foram constituindo nas diferentes comunidades que constituem a “Ecclesia”. Existem dois tipos de costumes: “contra a lei” (contra legem), e “a margem da lei” (praeter legem).

        O primeiro define algo que contradiz explicitamente algum preceito legislativo. O segundo se refere a algo que não esta contemplado na lei (seria algo como um ângulo morto do Direito Canonico). Os paramentos azuis se encaixam claramente neste segundo elemento.

        De modo que algo feito com freqüência, legitimamente, por muito tempo, transformando-se em costume, pode inclusive chegar a tornar-se lei, mesmo que seja um costume “contra legem”.

       Quanto mais quando se tratar de um costume “praeter legem”. Podemos então justificar assim o uso (tanto em materia de lugares, quanto de datas) dos paramentos azuis na Igreja, para celebrações marianas.

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Maravilhas da Liturgia – Extra oficial

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“É da liturgia que nós obtemos a graça que nos salva”, afirma monsenhor Guido Marini

Publicado: 06/10/2010
Autor: Gaudium Press

          Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 06-10-2010, Gaudium Press) Para o mestre das Cerimônias Pontifícias do Santo Padre, a liturgia está intrinsicamente ligada à espiritualidade – e isso se reflete nas postulações e considerações do Papa Bento XVI sobre o tema. Nesta entrevista exclusiva a Gaudium Press, em Roma, mons. Guido Marini fala sobre reforma, justificação e fidelidade litúrgica.

Gaudium Press – Como a Igreja católica entende a liturgia depois do Concílio Vaticano II? Qual é o sentido, o coração da liturgia? O Santo Padre durante sua recente viagem à Inglaterra, na Catedral de Westminster falou sobre a dimensão do sacrifício.

         Creio que haja dois aspectos da celebração eucarística onde um deve estar junto ao outro. Porque como se diz também nos documentos do magistério, a Missa é a renovação do sacrifício do Senhor e, ao mesmo tempo, é também o momento, o lugar no qual este sacrifício se comunica a nós através do sinal da convicção. Por isso, eu creio que haja dois elementos, ambos fundamentais para a compreensão da celebração eucarística. Creio também que a dimensão sacrifical é uma dimensão de fundação.

         Porque se não houvesse o sacrifício redentor, não existiria nem mesmo a possibilidade de comunicar este sacrifício e assim entrar em comunhão com a salvação que nos foi dada pelo Senhor Jesus. Eu creio que isto seja a visão que a Igreja nos transmite através de seu ensinamento e que nos leva ao coração autêntico da liturgia.

GP – O Santo Padre se refere também brevemente à questão da justificação. Sempre falando sobre liturgia, como a Igreja Católica apresenta o tema da justificação em Cristo?

 

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Monsenhor Guido Marini auxiliando o Santo Padre em cerimônia

 

       No âmbito da liturgia, justamente porque repropõe, apresenta, atualiza o mistério da salvação, isto é, do Senhor que morreu e ressuscitou por nós, se apresenta também como o momento da justificação da humanidade e do homem. Porque nós sabemos que o homem é salvo justamente em virtude deste mistério de morte e ressurreição.

        É claro que depois cada um deve se apropriar pessoalmente, subjetivamente, dessa justificação que foi dada. E então me parece que sejam os dois aspectos de novo importantes, ambos fundamentais da participação na liturgia. De uma parte vem um dom, que é o dom da salvação e portanto o mistério que se renova. Por outro lado este dom deve ser porém acolhido na vida de cada um e deve tornar-se vida da vida. Então, há sempre esta relação entre dom e responsabilidade, justificação dada e justificação acolhida na própria vida pessoal.

GP – O então professor Ratzinger nos seus escritos fala na reforma da reforma da liturgia. Como o senhor vê esta exigência das reformas, das mudanças na liturgia? De fato, algumas mudanças já foram introduzidas pelo Santo Padre Bento XVI.

       Quando às vezes se fala e se usa este termo “reforma da reforma”, se arrisca a ser “mal entendido”. Porque nem todos o entendem da mesma maneira e nem todos o captam do mesmo modo. Eu creio que, além das frases feitas, aquilo que é importante é que a reforma que o Concílio Vaticano II iniciou seja efetivamente realizada em modo completo segundo os ensinamentos do Concílio, que colocam a liturgia em uma continuidade com toda a sua tradição no mesmo tempo com o critério de desenvolvimento orgânico. Como deve ser sempre na vida da Igreja.

          A atuação prática da reforma depois do Vaticano II não está sempre feliz. Exatamente por isto que talvez seja necessário fazer alguma correção, alguma mudança, alguma melhoria justamente para atuar em modo completo as indicações do Concílio e fazê-las de forma que pareça cada vez mais claro com o desenvolvimento da liturgia da Igreja e se coloque em orgânica continuidade com a que a precedeu.

GP – Uma das indicações do Concílio Vaticano II não realizada na prática foi o desejo de um movimento litúrgico dentro da Igreja, principalmente na Alemanha e na França. Agora como se vê esta exigência na pastoral litúrgica?

         O próprio Papa ainda cardeal havia desejado um renovado movimento litúrgico que pudesse criar as condições, as bases para o desenvolvimento interior, aprofundamento da vida litúrgica da Igreja. Assim como foi antes do Concílio Vaticano II. Aqui também há diversos modos de ver, de estender as relações entre o movimento litúrgico antes do Concílio com este movimento litúrgico que continua ainda agora que se gostaria que fosse ainda mais significativo, talvez renovado.

         Eu creio que a vida litúrgica da Igreja conhece um florescimento sempre que há um terreno que seja capaz de fazer florescer. Então creio que seja importante o amor à liturgia e também o viver a liturgia com fidelidade a indicações da Igreja, a fim de se tornar de algum modo aquele grande movimento litúrgico que depois pode trazer frutos para a vida litúrgica da Igreja.

GP – O Santo Padre durante sua audiência geral de 29 de setembro disse que “A Liturgia é uma grande escola da espiritualidade”. O que queria dizer o Santo Padre?

         Creio que ele queria dizer que a espiritualidade cristã nasce da liturgia e cresce com a liturgia. Acredito que não seja imaginável a espiritualidade fora do contexto litúrgico. Justamente porque é da liturgia que nós obtemos a graça que nos salva e é na liturgia que nós crescemos dentro desta graça que nos salva. Nós encontramos o Senhor vivo, presente na Igreja operante na sua Igreja em modo mais alto justamente na liturgia. Então, se isto faltasse, então de verdade faltaria a fonte, a força para qualquer espiritualidade.

        Uma verdadeira vida espiritual, um crescimento da vida espiritual, um caminho intimamente espiritual só é possível em relação com a liturgia.

Anna Artymiak

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