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Festa de Nossa Senhora do Bom Conselho em Escada – PE

26 de abril de 2012

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Os fiéis da cidade de Escada – PE comemoraram a festa de Nossa Senhora do Bom Conselho.

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A procissão partiu do bairro de Nova Descoberta até a igreja matriz de Nossa Senhora da Apresentação.

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Os Arautos do Evangelho fizeram a guarda de honra do andor.

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Pe. José Valdir Bezerra da Silva, pároco, presidiu à Celebração Eucarística.

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Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano

Mons. João Clá Dias, EP

Nossa Senhora do Bom Conselho de GenazzanoEm meio a uma atmosfera de paz e bênção celestiais, ergue-se, em Genazzano, na Itália, uma igreja bela e nobre, de proporções harmônicas e distintas, dedicada, desde sua origem, a Nossa Senhora do Bom Conselho. (…)

capela onde se venera o afresco de Nossa Senhora do Bom ConselhoEm seu interior, na nave lateral esquerda, encontra-se uma pequena capela, especialmente construída para abrigar o afresco milagroso da Mãe do Bom Conselho.

A pintura, aplicada sobre delgada crosta de reboca, de 31 cm de largura por 42,5 cm de altura, retrata Maria Santíssima com inefável e materno afeto, amparando em seus braços o Menino Jesus, ambos encimados por um singelo arco-íris. As cores do afresco são suaves, e finos os traços dos admiráveis semblantes.

O magnum Mysterium!” – canta a Igreja no responsório das Matinas de Natal. Deus e Homem, hipostaticamente unidos! Seriedade e doçura, majestade e candura maravilhosamente expressas na fisionomia de uma criança.

Analise-se mais detidamente este quadro do Divino Infante. O nariz sem sinuosidades lembra a suprema retidão dAquele que é o Sol de Justiça. Seus olhos comunicativos, ligeiramente amendoados, de um castanho suave e luminoso, com certo matiz de verde, irradiam paz, ilimitada bondade, infinita sabedoria.

Atrai agradavelmente a vista sua túnica vermelho-ocre, em cuja gola se destacam bordados harmoniosos e enigmáticos. Mero ornato? Ou quiçá alguma palavra em idioma desconhecido, alusiva a sua missão?

Num gesta de intenso afeto, transbordante de amor, Ele envolve com a mão direita o nobre e delicado pescoço de sua Mãe, enquanto com a esquerda segura energicamente a parte superior do vestido dEla, como a dizer: “Sois toda minha!” É tão categórico esse comovedor e divino amplexo , que sua vista direita parece levemente desviada da linha normal, pela ênfase com que Ele estreita sua faca à de sua Mãe Santíssima.

Sem deixar de exprimir em nada a fisionomia própria de uma criança, o Divino Infante não denota, entretanto, a menor superficialidade, tão característica dessa fase da vida. Pelo contrário, como um oceano de seriedade, transparece nEle toda a profundidade e amplitude do entendimento, toda a força da vontade, toda a elevação e nobreza do sentir. E tem a mais alta consciência do que representa sua Mãe, do paraíso interior que Ela Lhe oferece. (…)

O Divino Infante quis manifestar aqui todo o seu comprazimento, toda a sua felicidade em estar no colo de sua Mãe Santíssima, como a indicar a necessidade de recorrer a Ela em todas as borrascas e sofrimentos desta vida, a fim de haurir a força e a coragem indispensáveis para seguir “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6)

Por sua atitude, o Menino Deus parece dizer a cada um: “Se queres algo de Mim, pede-o por meio de minha Mãe e serás atendido”. O quadro de Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzado bem poderia estar aureolado com as palavras “Mediação Universal de Maria”, pois o próprio Deus humanado quis encontrar proteção e amparo nos braços virginais de sua Mãe Santíssima.

O Menino pressiona levemente sua face contra o rosto de sua Mãe, e dEla recebe inefável manifestação de afeto, veneração e ternura, representada com especial acerto pelo grau de inclinação de ambas as cabeças, pelo modo como se olham.

Oh! Mistérios desta união, que fizeram exclamar a São Bernardo: “Maravilha-te com estas duas coisas e considera qual é causa de maior admiração: se a benigníssima mercê do Filho ou a excelentíssima dignidade de tal Mãe. De ambos os lados está o pasmo, de ambos o prodígio. Que Deus obedeça a uma Mulher, é humildade sem igual, e que uma Mulher tenha autoridade para mandar em Deus, é excelência sem igual” (São Bernardo, Obras Completas, BAC, Madrid, 1953, vol. I, p. 190)

Seria intenção do artista simbolizar a grandeza e profundidade da misteriosa união entre mãe e filho – união arquetípica neles, Maria e Jesus – pintando as faces tão juntas? Ao analisar os traços fisionômicos da Senhora do Bom Conselho – o rosado da face, a configuração retilínea no nariz, a inclinação do pescoço, a cor dos cabelos tendente ao dourado, o arqueado das sobrancelhas – percebe-se que Ela é a Mãe de um Filho que fisicamente muito se Lhe assemelha.

Então, por que pintar tão juntos Maria e Jesus Menino? É porque o Filho é o próprio Criador da excelsa Mãe. E a Mãe – a mais perfeita das criaturas – levou nas suas entranhas virginais o Divino Infante.

A Mãe, em altíssimo ato de adoração ao Filho, procurando como que adivinhar o que se passa em seu interior, considera ao mesmo tempo o fiel que a seus pés se ajoelha e, como Medianeira de todas as graças, acolhe sua prece e a apresenta a Deus Nosso Senhor.

Jamais teve alguém em seus braços tesouro de igual valor: infinito…! Entretanto, quem foi mais desejosa do que Nossa Senhora de atrair outros para compartilharem de seu tesouro?

É infinito o caleidoscópio de paradoxos que a consideração do relacionamento entre Nossa Senhora e seu Divino Filho, nesse afresco, sugere.

Há nesta união de Mãe e Filho uma intimidade e uma profundidade que surpreende e atrai. A união de alma, refletida no olhar que um e outro trocam entre si, gera em ambos uma tranquilidade e uma imobilidade no afeto que lhes parece fazer sentir a bem-aventurada delícia deste mútuo entendimento, deste mútuo estar juntos!

Mas, ao mesmo tempo, este profundo, calmo, sério e íntimo olhar não é excludente. O fiel sente-se atraído a entrar no aconchego e na serenidade desse olhar. Mãe e Filho se dispõem a receber com bondade o fiel devoto à procura de socorro, misericórdia ou amparo. O aconchego sacral que ambas as fisionomias irradiam faz com que o fiel se sinta entendido e amado nos aspectos mais nobres e elevados de sua alma.

Afresco Nossa Senhora do Bom ConselhoLeitor, abandona por um momento o texto e contempla uma vez mais – e agora detidamente – a foto do afresco, e deixa-te penetrar pela celestial atmosfera que Mãe e Filho criam. Por certo perceberás que, para além de suas qualidades pictóricas e artísticas, dessas duas fisionomias com que se evolam certas graças de presença de Nossa Senhora e do Menino Jesus, às quais bem poucos conseguem resistir. Sentirás que graças sensíveis batem à porta de tua alma, ou já a adentram, trazendo consigo uma paz repousante e um repouso pacificador. Ora é a fisionomia da Mãe, ora o olhar do Filho, ora o afresco no seu conjunto que te dará ânimo em meio às situações difíceis, que te consolará durante os sofrimentos, que te acalmará nas aflições, que te dará confiança nas angústias, coragem na hora de avançar, prudência ao ter que recuar; que, por fim, fará descer do Céu o milagre até ti, quando todos os recursos humanos se tiverem esgotado.

(João S. Clá Dias, Mater Boni Consilii, Edições Brasil de Amanhã, 1992, págs 3 a 8 )

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O descobrimento do Brasil e a ação da Igreja

 
As figuras exponenciais que encontramos no nascedouro das grandes nações brilham, em geral, pelo agressivo e implacável heroísmo, conquistando a celebridade ora em guerras justas, ora em inqualificáveis rapinas. Entretanto, um personagem entrou para a História do Brasil não em um carro de triunfo puxado por prisioneiros e vencidos, nem os hinos de guerra celebraram sua vitória, nem as armaduras foram sua vestimenta. Serviu-lhe de traje a túnica branca de sua inocência; constituía-lhe o cortejo pacífico uma raça que tirara da vida selvagem e defendera contra o cativeiro, e uma nação inteira que ajudara a construir para a maior glória de Deus. Trata-se do Beato José de Anchieta, Apóstolo do Brasil.

 

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Primeira missa no Brasil

Muito se discute a atuação missionária da Igreja durante o período das grandes conquistas, em particular na América. Acusam-na de ter promovido – ou, ao menos, não ter impedido – o genocídio dos indígenas, ter destruído sua religião e aniquilado sua cultura. Entretanto, ressalvadas as falhas e pecados que neste vale de lágrimas acompanham toda obra humana, uma visão imparcial dos fatos nos mostra a prodigiosa obra não só religiosa, mas também civilizadora e social da Igreja junto às populações nativas.No afã de reunir as ovelhas dispersas sob a égide de um só Pastor, a Igreja Católica “não subtrai coisa alguma ao bem temporal de nenhum povo, mas, pelo contrário, fomenta e assume as qualidades, as riquezas, os costumes e o modo de ser dos povos, na medida em que são bons; e assumindo-os, purifica-os, fortalece-os e eleva-os”. 

Isto se passa porque, ao levar um povo ao conhecimento do verdadeiro Deus e à prática das virtudes cristãs, a Igreja acrescenta a seus dons naturais os dons sobrenaturais. Assim, não destrói suas qualidades próprias, mas as sublima, posto que “a graça não suprime a natureza, mas a aperfeiçoa”. É o que assinalou Bento XVI em sua viagem ao Brasil:

“O que significou a aceitação da fé cristã para os povos da América Latina e do Caribe? Para eles, significou conhecer e acolher Cristo, o Deus desconhecido que os seus antepassados, sem o saber, buscavam nas suas ricas tradições religiosas. Cristo era o Salvador que esperavam silenciosamente. Significou também ter recebido, com as águas do batismo, a vida divina que fez deles filhos de Deus por adoção; ter recebido, outrossim, o Espírito Santo que veio fecundar as suas culturas, purificando-as e desenvolvendo os numerosos germes e sementes que o Verbo encarnado tinha lançado nelas, orientando-as assim pelos caminhos do Evangelho.”

Esta obra deve-se, sobretudo, ao labor de dedicados religiosos — especialmente franciscanos e jesuítas — que, abandonando a Europa, aventuraram-se pelas terras do Novo Mundo. Segundo expressão do Padre Anchieta, aportavam “os expedicionários em busca de ouro para as arcas do Rei, e o padre em busca de almas para o tesouro do céu”. De onde lhes vinha tal zelo apostólico?

Após Sua gloriosa ressurreição, Jesus aparece aos onze discípulos reunidos e lhes outorga um mandato: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi”. Estava assim delineado o caráter missionário da Igreja Católica.

Animados por este espírito, os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, na armada que trazia o primeiro Governador-geral da Colônia, Tomé de Sousa. Foram designados para esta missão o Padre Manuel da Nóbrega, outros três padres e dois irmãos. Em contraste com a exuberante beleza da terra, os religiosos encontraram um lastimável panorama espiritual: privados de qualquer assistência religiosa, os colonos portugueses haviam caído em um completo desregramento moral; nas aldeias, achavam-se os índios arraigados aos piores vícios — a antropofagia, a embriaguez e a poligamia. Ainda outros fatores vinham agravar o quadro: a animosidade entre conquistadores e nativos, a cobiça daqueles, e a desconhecida língua destes.

Devido à grandeza da obra por realizar e a escassez de operários, uma nova leva de missionários foi enviada ao Brasil em 1553. É nela que encontramos o Padre Anchieta. Alguns anos antes, ainda estudante na Universidade de Coimbra, a leitura das cartas que São Francisco Xavier escrevia do Oriente determinou seu ingresso na Companhia de Jesus, desejoso de seguir o exemplo do Apóstolo das Índias na dedicação pela glória de Deus e bem dos homens; queria também ser missionário. Tal anseio não deixaria de ser atendido.

Desde os primeiros dias em terras brasileiras, aplicou-se a aprender a língua indígena com tanto proveito que em seis meses já a dominava. Antes do ano de 1556, redigiu sua “Gramática da língua mais usada na costa do Brasil”, facilitando a aprendizagem do idioma local pelos missionários recém-chegados da Metrópole. Dedicou-se também a escrever, em tupi, obras destinadas à catequese, entre elas: “Diálogos da Fé”, “Instrução para o batismo”, “Instrução para assistência aos índios em perigo de morte” e um “Confessionário”. Pôs, assim, nas mãos dos missionários do Brasil, e também do Paraguai, valiosos instrumentos de apostolado.

 

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Beato José de Anchieta

Fato pitoresco — e que revela o desejo de tornar a doutrina católica acessível à compreensão e cultura dos “brasís”, como costumava chamar os nativos — é que, em um de seus catecismos, o Padre Anchieta enumera, entre as consequências do pecado original na obra da criação, a agressividade das cobras e das onças . 

Segundo o método adotado pelos jesuítas, foram-se criando casas e seminários – localizados estrategicamente entre as vilas portuguesas e as aldeias indígenas – onde eram instruídas as crianças indígenas e os filhos dos colonos; ao mesmo tempo, formaram-se, em pontos não muito isolados do interior, núcleos destinados aos adultos, onde a catequese se fazia pela prédica, pelo exemplo e pelas pompas do culto; não se olvidava, entretanto, dos aldeamentos mais distantes para onde, sempre que possível, eram enviados missionários. Por toda parte, mas especialmente nas aldeias, poderíamos surpreender o Padre Anchieta rodeado por uma coorte de crianças ou adultos – brancos, mamelucos e índios – ávidos por escutá-lo. Isto nas principais capitanias da época, desde a Bahia até São Vicente, passando pela Guanabara e Capitania do Espírito Santo. Nos últimos anos de vida, ninguém conhecia melhor que Anchieta o litoral brasileiro.

Suas pregações eram entremeadas de versículos e imagens da Sagrada Escritura; não deixava, contudo, de refletir as circunstâncias locais. Sabia adaptar-se a seus ouvintes e mencionava, por exemplo, com a devida aplicação parenética, quedas de cavalo e picadas de cobra. Outra nota característica de seu apostolado foi a atividade poética e musical, já que boa parte de sua poesias se destinava ao canto, tanto nas funções sagradas como para serem disseminadas entre o povo; compôs também dramas sacros em tupi, para a edificação e entretenimento nas aldeias cristãs. A Eucaristia e a Virgem Maria – suas duas mais ternas devoções – eram os principais temas de suas composições, além de histórias bíblicas próprias a instruir os índios nas verdades evangélicas. Desta forma, elevava as almas para os ideais sublimes do cristianismo. Tão prodigioso era o efeito destes cânticos sobre os indígenas, que o Padre Nóbrega assegurava ser possível atrair só com a música todos os índios da América.

Sobre os frutos desta empresa, comenta Bento XVI: “A sabedoria dos povos originários levou-os felizmente a formar uma síntese entre as suas culturas e a fé cristã que os missionários lhes ofereciam. Daqui nasceu a rica e profunda religiosidade popular, em que aparece a alma dos povos latino-americanos”.

Mas se a finalidade que norteava a ação do Padre Anchieta em sua missão era primordialmente religiosa, não deixava de ter imensa repercussão para o progresso social. Segundo palavras de João Paulo II, “em todo este ingente esforço despendido por ele, […] havia uma visão e um espírito: a visão integral do homem resgatado pelo sangue de Cristo; o espírito do missionário que tudo fez para que os seres humanos dos quais se aproxima para ajudar, apoiar e educar, atinjam a plenitude da vida cristã”.

Cada um dos numerosos núcleos formadas pelos jesuítas no litoral e zona contígua tornou-se uma vila, e foi um método seguro e prático de fazer muito suavemente a passagem da vida da taba para a urbana. Entre todos os arraiais que se fundaram, o mais famoso e característico da ação dos missionários nesta parte do continente foi o que se constituiu em Piratininga. Foram atraídos para lá importantes chefes indígenas que, com seus parentes, estabeleceram-se no local escolhido pelos religiosos. Outro fator favorecia a aproximação dos índios destes aldeamentos: perseguidos pelos caçadores de escravos, eles encontravam um refúgio seguro junto aos missionários.

Começaram pela construção de uma capela de taipa, e de casas cobertas de palha e cercadas de ripas; as moradias se alinhavam formando praças e ruas, convenientemente aplainadas. Ergueu-se também o primeiro colégio dos jesuítas no Novo Mundo, inaugurado com uma missa celebrada no dia 25 de janeiro de 1554, festa da conversão de São Paulo, o Apóstolo das Gentes. Desta coincidência proveio o nome do colégio que se acabava de fundar, e, mais tarde, da grande cidade brasileira que ali nascia. O jovem José de Anchieta, contando apenas vinte anos, foi o esteio deste colégio. Sendo o único a possuir a formação necessária, ensinava as “Humanidades” aos estudantes da Companhia, e o catecismo e primeiras letras às crianças indígenas, pois elas recebiam, além da educação religiosa, a conveniente instrução primária.

Os missionários exerceram também um importante papel de mediadores entre colonos e nativos, sanando discórdias e ódios entre as duas raças. Fato característico deu-se nas aldeias de Iperoí, em uma contenda entre os portugueses e a tribo dos Tamoios, aliada aos franceses que procuravam conquistar a baía de Guanabara. Escreve o Padre Anchieta em uma de suas cartas que, vendo a inquietação que se espalhava por toda a capitania, o Padre Manuel da Nóbrega determinou ir em pessoa tratar as pazes com os índios, levando como intérprete o então Irmão José de Anchieta. Entregando-se à Divina Providência, foram “como homens morti destinatos, não tendo mais conta com morte nem vida que quanto for mais glória de Jesus Cristo e proveito das almas, que Ele comprou com sua vida e morte”.

Tendo passado por inúmeros perigos — sobretudo no período em que Anchieta ficou só, como refém dos tamoios — conseguem finalmente restabelecer a concórdia. E não só: por sua conduta, o jovem religioso havia conquistado o respeito dos principais das aldeias, e usado de seu cativeiro como ocasião para novas conversões. Foi ali que, nas areias da praia, escreveu seu conhecido poema à Virgem Maria.

Seu apostolado foi muito fecundo. Tantos frutos devem-se não a um físico robusto — ao contrário, era de saúde débil, o que, ironicamente, determinou sua vinda para a fatigante missão do Brasil — ou apenas a seu talento e gênio natural, mas a um profundo amor a Deus. É o que ele mesmo relata na carta de 1 de junho de 1560, enviada ao Geral da Companhia, Padre Diogo Laínes:

“Quase sem cessar, andamos visitando várias povoações, assim de índios, como de portugueses, sem fazer caso de calmas, chuvas e grandes enchentes de rios, e muitas vezes de noite por bosques muito escuros socorremos aos enfermos, não sem grande trabalho, seja pela aspereza dos caminhos, como pela incomodidade do tempo. […].” Mas nada é árduo aos que têm por fim somente a glória de Deus e a salvação das almas, pelas quais não duvidarão dar a vida.

Passaram-se os séculos e a sociedade hodierna encontra-se não menos necessitada de santos missionários que a de outrora. Possa o exemplo do Beato José de Anchieta ser um estímulo, nos dias atuais, aos evangelizadores chamados a reconduzir tantos filhos pródigos à casa Paterna, cooperando para que “o desígnio de Deus, que fez de Cristo o princípio de salvação para todo o mundo, se realize totalmente”.

 Por Irmã Clarissa Ribeiro de Sena, EP

BIBLIOGRAFIA

ANCHIETA, José de. Cartas : correspondência ativa e passiva. 2.ed. São Paulo : Loyola, 1984. 528 p.
BENTO XVI. Sessão inaugural dos trabalhos da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, Santuário de Aparecida, 13 Maio 2007. [Em linha] [Consulta: 17 Ago. 2009].

BÍBLIA SAGRADA. 140.ed. São Paulo : Ave-Maria, 2001. 1632 p.

CONCÍLIO VATICANO II. Constituição dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja. [Em linha] [Consulta: 07 Ago. 2009].

JOÃO PAULO II. Homilia na viagem apostólica ao Brasil, 03 Jul. 1980. [Em linha] [Consulta: 21 Ago. 2009].

ROCHA POMBO. História do Brasil. 1 v. São Paulo : Editora Brasileira, 1967. 501 p.

TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. 1 v. São Paulo : Loyola, 2001. 693 p.

VIOTTI, Hélio Abranches. Anchieta : o apóstolo do Brasil. São Paulo : Loyola, 1966. 340 p.

 

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Festa de Nossa Senhora dos Prazeres

16 de abril de 2012

 

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Milhares de fiéis acompanharam a procissão de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, padroeiro do município de Jaboatão dos Guararapes.

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Dentre os vários movimentos ali presentes, também os Arautos do Evangelho foram convidados para o ato, a fim de manifestar sua devoção à Santíssima Virgem.

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