Meu irmão, quem quer que sejas….

Deus me adotou como filho

   Deus quer a nossa santidade. Ele a quer porque nos ama infinitamente e nós devemos querê-la com Ele. Deus quer tornar-nos santos, fazendo-nos participar da sua própria Vida; e, para isso, nos adota como filhos seus e herdeiros de sua glória infinita. Mas Deus nos dá esta adoção através de seu Filho, Jesus Cristo: é n’Ele e por Ele que Deus se quer unir a nós, e quer que nos unamos a Ele.

Já pensei em minha vida interior?

   Só seremos santos na medida em que a Vida de Jesus Cristo estiver em nós (D. Columba Marmion), e esta vida é a Vida Interior.

   O Evangelho fala-nos várias vezes da vida interior de Jesus: passava as noites em oração; a Maria e José que o buscavam cheios de aflição respondeu: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”…

Ele é nosso modelo. Devemos portanto ter vida interior.

Quem quer que sejas

   Também tu, meu irmão, quem quer que sejas, procuras ter vida interior.

   Se vives no claustro e não a tens, desmente a vida que professaste e mentes a Deus a aos homens.

   Se vives no mundo, deves fazer todo o esforço por viver cada vez mais essa vida interior indispensável para o progresso da tua alma. Meu irmão, quem quer que sejas, és chamado ao conhecimento místico de Deus.


  Queres saber como dispor-te para essa graça? “Evita o pecado que deforma a natureza; exercita as faculdades da alma e prepara-as, por meio da oração , para a graça que reforma; por uma conduta santa, para a justiça que purifica; pela meditação, para a ciência que ilumina; pela contemplação, para a sabedoria que dá a perfeição” (Saudreau. – L’état mystique)

   Para esta caminhada necessitamos de forças e só a encontramos na Santa Missa. É na participação efetiva da Missa que devemos haurir novo vigor nesta luta.

O que realmente é a Missa?

   Ah! Se nós vivêssemos a Santa Missa!

   Se assistíssemos a esse Sacrifício sublime em união com a Santa Igreja, rezando as orações que ela nos ensina a rezar; se nos uníssemos à imolação de Jesus, imolando-nos com Ele; se oferecêssemos a Deus Pai, em união com o Filho, todos os nossos sofrimentos, renúncia e dificuldades do dia a dia…

   São Pedro Julião Eymard nos ensina que se fosse possível, após a Consagração, ver o Mistério do altar tal que ele é, verias Jesus Cristo na Cruz, oferecendo ao Pai suas chagas, seu sangue, sua Morte, para a salvação da tua alma e do mundo inteiro. Verias os Anjos prostrados ao redor do Altar, admirados, quase atônitos, ante tão grande amor para com as criaturas, tanto indiferentes quanto ingratas. Teus ouvidos se abririam para o Pai Celeste, contemplando o seu divino Filho, te dizendo como no Tabor: “Eis meu Filho bem amado, o objeto das minhas complacências. Adora-o, ama-o, servi-o de todo coração”.

Uma contínua preparação para a Missa

   Ó meu irmão, quem quer que sejas, eu quisera que tu vivesses a Santa Missa; que todo o teu dia fosse – mesmo com todas as tuas ocupações e trabalhos – uma contínua preparação para a Missa, e ao mesmo tempo uma incansável ação de graças. Em uma alma em graça, todas as ações oram!

    Uma contínua preparação! Porque nós somos criaturas miseráveis e o Sacrifício é augustíssimo e a Vitima três vezes Santa!

  Uma ação de Graças incessante! Porque não devemos esquecer nunca os inumeráveis benefícios que recebemos.

   Meu irmão, quem quer que sejas, eu quisera sim, que tu viesses neste Domingo à Missa. Foi por isso e só para isso que eu escrevi estas linhas.

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Obras consultadas:

A Missa e a Vida Interior, Artigos publicados na “Opus Dei” por D. Bernardo de Vasconcelos”, Edição da Opus Dei, Braga, 1936.

A Divina Eucaristia, Extratos dos Escritos e Sermões de São Pedro Julião Eymard