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Santa Margarida da Escócia

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A Igreja comemora no dia 16 de novembro a festa de Santa Margarida, nascida na Hungria e casada com rei Malcom III, da Escócia.  Procurou sempre a concórdia do reino e da Igreja através do exercício de uma profunda vida interior e do jejum aliados à generosidade em relação aos mais necessitados. Deu à luz a oito filhos. Foi exemplo insigne de esposa, mãe e rainha. É conhecida como a “pérola da Escócia”, além de ser a sua padroeira.

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Entre os fatos que ilustram a vida de piedade desta santa rainha aliada ao modelar desvelo pela educação dos filhos, encontramos o constante desejo de dar o bom exemplo para eles, bem como para todos os seus súditos. Às vezes passava noites em vigília em diversos exercícios de piedade. Em sua capela chegava a assistir quatro a cinco missas seguidas. Ao entrar em qualquer recinto sagrado, sempre procurava aliar o devoto recolhimento à solene compostura, sobretudo durante a celebração do Santo Sacrifício a fim de educar seus filhos na virtude, inclusive pelos gestos. Nesse sentido, certo habitante de Edimburgo chegou a comentar a um amigo: “Queres saber como os anjos rezam no céu, procure observar a Rainha e seus filhos na Igreja”.

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São Carlos Borromeo – 4 de novembro

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São Carlos Borromeo (1538-1584), cuja festa se comemora no dia 4 de novembro, foi cardeal arcebispo de Milão (1564-1584). Organizou de modo exímio a administração desta diocese bem como o seu seminário, confiado por ele à Companhia de Jesus. Afirmava que “uma alma é uma ‘diocese’ bastante vasta para um bispo”. Mas nem por isso deixou de zelar ardorosamente por sua grei, promovendo, por exemplo, a Confraria para a Doutrina Cristã com o objetivo de ensinar o catecismo aos jovens, chegando a alcançar 20 mil alunos em 1595. Eminente pastor, é considerado um dos maiores defensores da fé no período da Contrarreforma juntamente com Santo Inácio de Loyola e São Filipe Neri.

Alguns fatos ilustram a sua bela trajetória de santidade:

  1. Os santos entram em crise?

São Carlos Borromeo narra que passou por um duro período de provação, experimentando o sentimento de inutilidade e a dura carga do demônio tentador. Certa vez, andando a cavalo com o seu primo Frederico, foi por este indagado: “O que fazes nos momentos de aflição”? O santo italiano respondeu tirando de seu bolso o livreto dos Salmos: “Leio os salmos”. Para ele, os sentimentos de resignação, intrepidez e fervor que transpareciam pela pena do salmista lhe traziam luzes para enfrentar os grandes embates de sua vida. Nesse sentido, ensina-nos São Pedro em sua primeira epístola: “Fostes regenerados, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a Palavra viva de Deus, a qual permanece para sempre” (1Pd 1,23).

  1. A bíblia é repouso dos justos

Certa vez, o santo bispo Carlos Borromeo visitava a diocese vizinha de Vigevano. Nesta ocasião, o bispo desta cidade lhe apresentou o belo jardim de seu palácio episcopal. Um dos presentes recomendou ao prelado milanês que tomasse tempo para descansar um pouco sob o influxo daquele bosque. Borromeo lhe respondeu: “A bíblia é o jardim mais apropriado para o meu repouso”. Não é sem razão que escolhera como lema simplesmente a palavra: humilitas (humildade).

  1. Qual é a chave do céu?

Noutra ocasião, São Carlos Borromeo contemplava a conclusão de uma pintura. Nela o pintor representou a morte segundo o modo habitual, ou seja, por meio de um esqueleto e uma foice. Surpreendentemente, o santo bispo ordenou que a foice fosse substituída por uma chave de ouro porque, conforme explicava, era através da morte que podemos abrir as portas do céu, conforme proclama o salmo: “Esta é a porta do Senhor: os justos por ela entrarão” (Sl 117,20).

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Lágrimas que converteram um filho

27 de agosto de 2014

       Neste dia comemoramos a festa de uma grande católica: Santa Mônica. Nasceu de uma família cristã, em Tagaste, África, no ano de 332. Desde que se casou com Patricio, aos 20 anos de idade, sempre teve uma grande preocupação: levar toda a família à santidade. Suportou com modéstia, suavidade e recato o mau gênio, o temperamento violento e até mesmo as traições de seu esposo, conseguindo assim que se convertesse. Este faleceu um ano depois de receber as águas purificadoras do santo Batismo.

Vida caprichosa e dissoluta

      A grande preocupação de sua vida era seu primogênito, Agostinho. Os dois filhos mais novos já se haviam feito católicos e seguiam o caminho da virtude. Mas Agostinho, extraordinariamente inteligente, era rebelde e caprichoso, não se preocupando com a prática do bem.
O pai o havia mandado estudar filosofia, literatura e oratória em Cartago. Lá, só lhe interessava obter boas notas, brilhar em festas sociais e sobressair-se nos exercícios físicos. Quando morreu o pai, Agostinho tinha 17 anos e começaram a chegar a Mônica más notícias, cada vez mais graves, acerca de seu comportamento. O jovem havia se entregado ao jogo, à vida dissoluta e, pior de tudo, tinha se tornado membro da seita maniqueísta.
A aflita mãe redobrou as orações e a vigilância para com aquele que não dava o menor sinal de arrependimento e ainda demoraria muitos anos para converter-se.
Uma noite ela teve um sonho que lhe deu muito alento. Viu-se num bosque, chorando pela perda espiritual de seu filho, quando se aproximou dela um personagem luminoso e resplandecente, que lhe disse: “Teu filho voltará para ti”. Este sonho, reforçando em seu espírito as confortadoras palavras do bispo,  deu-lhe grande ânimo na luta sem tréguas pela conversão do filho.
Já doutor, aos 29 anos, Agostinho decidiu mudar-se para Roma, terra de seus sonhos, para lá exercer o magistério. Era pai de um menino, Adeodato, com cuja mãe vivia sem nenhuma intenção de casar-se.
Santa Mônica se dispôs a acompanhá-lo, desejosa de ajudá-lo a livrar-se das desordens morais que retardavam cada dia mais sua conversão. Chegando ao porto, este utilizou-se de um estratagema para livrar-se de sua companhia. Enquanto a mãe rezava na Igreja de São Cipriano, ele disse que iria visitar um amigo e embarcou sem ela. Mais tarde, Santo Agostinho declarou em suas “Confissões” (V-8):

“Nessa noite parti ocultamente, enquanto ela ficou orando e derramando lágrimas por mim.”

Luta interior, conversão e Batismo

      Mas Mônica não era mulher para deixar-se derrotar tão facilmente. Algum tempo depois, embarcou também para Roma, ao encalço do filho. Não o encontrou ali, pois ele havia ido a Milão. Chegando a esta cidade, teve a alegria de ouvir da boca do próprio Agostinho que este havia deixado a heresia maniqueísta. Todavia, ainda não tinha abraçado o Catolicismo.
A santa mulher, com redobrada confiança, teve a certeza de que isso se daria antes de sua morte. E, cheia de gratidão, foi pedir conselho e auxílio a Santo Ambrósio, grande bispo de Milão, cujos sermões seu filho havia assistido e de quem havia se tornado grande admirador. Pouco tempo depois, Agostinho mandou a mãe de Adeodato de volta para a África, com a intenção de casar-se com uma  moça romana.
O futuro Doutor da Igreja travava forte luta interior para aceitar inteiramente a Religião Católica. Fizera uma análise de sua vida, olhando de frente para todas as suas misérias. Gemia sob o peso de seus pecados, chorava e perguntava-se:

“Por quanto tempo, por quanto tempo andarei a clamar: Amanhã, amanhã? Por que não há de ser agora? Por que o termo das minhas torpezas não há de vir já, nesta hora?” (“Confissões” VIII-12).

De repente começou a ouvir a voz de uma criança, vinda de uma casa próxima, que repetia sem cessar: “Toma e lê; toma e lê”. Julgou tratar-se de algum jogo infantil, mas nunca havia ouvido tal cantiga. Intrigado, lembrou-se de que Santo Antão havia se convertido lendo aleatoriamente um trecho do Evangelho que lhe valeu como uma advertência do Céu. Pressuroso, tomou o livro das Epístolas de São Paulo, decidido a ler o primeiro capítulo que encontrasse. Abriu ao acaso e leu: “Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites.” (Rom. 13, 13).
Nem quis ler mais. Aquelas palavras lhe penetraram no coração como uma luz que dissipava todas as trevas das dúvidas. Era o mês de agosto de 386. Contando com a valiosa ajuda de Santo Ambrósio e movendo os Céus com suas lágrimas e orações, Santa Mônica teve, afinal,  a ventura de ver o filho convertido.
Estavam coroados os heróicos esforços dessa mãe que nunca desanimou e seguiu os passos do filho rebelde por todos os cantos, até ver a graça de Deus vencer em sua alma.
O próprio Santo Agostinho narra nas “Confissões” (VIII-12) a reação de sua mãe quando lhe contou a decisiva conversão:

“Ela rejubila. Contamos-lhe como o caso se passou. Exulta e triunfa, bendizendo-Vos, Senhor, ‘que sois poderoso para fazer todas as coisas mais superabundantemente do que pedimos ou entendemos’. Bendizia-Vos porque via que, em mim, lhe tínheis concedido muito mais do que ela costumava pedir, com tristes e lastimosos gemidos.”

Decidido a manter-se celibatário a partir de então, Santo Agostinho fez um retiro espiritual durante as férias da colheita, em Cassicíaco, preparando-se para receber o Batismo, juntamente com Adeodato, seu filho, e alguns amigos catecúmenos. Santa Mônica o acompanhou e participava das conversas espirituais e filosóficas com extraordinária penetração e um conhecimento da Sagrada Escritura pouco comum.
Na Páscoa de 387, de volta a Milão, Santo Agostinho e seus amigos foram batizados por Santo Ambrósio, para júbilo e gáudio de Santa Mônica.

O êxtase de Óstia

     Decidindo voltar para a África, dirigiu-se com sua mãe para o porto de Óstia, onde embarcariam. Estando mãe e filho sozinhos, conversavam apoiados a uma janela cuja vista dava para o jardim interior da casa onde se hospedavam,  discorrendo sobre as mais altas cogitações, buscando a Verdade, a vida eterna dos santos, que nenhum olho humano viu, ou ouvido humano ouviu, ou nunca penetrou o coração do homem. Neste colóquio intensamente sobrenatural, entraram os dois em êxtase.
Ao final dessa conversa, Santa Mônica disse as seguintes palavras, que Santo Agostinho eternizou em suas “Confissões” (IX-11) :

“Meu filho, quanto a mim, já nenhuma coisa me dá gosto, nesta vida. Não sei o que faço ainda aqui, nem por que ainda cá esteja, esvanecidas já as esperanças deste mundo. Por um só motivo desejava prolongar um pouco mais a vida: ver-te católico antes de morrer. Deus concedeu-me esta graça superabundantemente, pois vejo que já desprezas a felicidade terrena para servires ao Senhor. Que faço eu, pois, aqui?”

Era a despedida deste mundo daquela extremosa mãe. Cinco dias depois, acometeu-a uma febre que a levaria à morte. Totalmente desapegada de tudo e feliz por ver sua família inteira dentro da Igreja que tanto amava, Santa Mônica expressou assim seu último desejo aos seus filhos:

“Enterrai este corpo em qualquer parte e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que vos lembreis de mim diante do altar do Senhor, onde quer que estejais.” (Confissões; IX-11)

Ao cabo de 9 dias, partiu para a eternidade, aos 55 anos de idade. Santo Agostinho conteve suas lágrimas durante os funerais, mas não as controlou depois que tudo havia passado. Chorou copiosamente por aquela que havia chorado por ele a vida inteira.
Modelo de esposa e mãe cristã, proclamada pela Igreja padroeira das mulheres casadas, Santa Mônica, ao longo dos séculos, tem ajudado na conversão das famílias de milhares de mães e esposas que se encomendaram a ela. Fica para nós um modelo de mãe que soube estar junto de seu filho a cada momento, nunca deixando de pedir a Deus por ele. De seus sofrimentos e suas lágrimas dependeu a salvação do grande Doutor da Igreja. Este deixou para os séculos futuros as seguintes palavras de gratidão e reconhecimento a sua tão querida mãe:

“Pela carne, me concebeu para a vida temporal, e pelo coração me fez nascer para a eterna.” (“Confissões” ; IX-8)

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“Ide a José , e fazei tudo que ele vos disser”(Gen. 41, 55).

 

São José, protetor universal

   Deus concedeu aos demais Santos o serem protetores numa necessidade especial; mas a São José concedeu o ser protetor universal. Assim disse Santo Tomás, e Santa Teresa acrescenta que a experiência assim o demonstra. Socorrer em todas as necessidades quer dizer que São José socorre a todos que se lhe recomendam. Prova evidente disso acha-se na ordem da Igreja de que por todos seja rezado o Ofício do Patrocínio de São José, onde se diz: “Esperai nele, toda a congregação do povo; derramai diante dele os vossos corações”.

Depois de Maria, é a mais poderosa intercessão

   Quão poderoso é o patrocínio de São José avalie-se pelo fato de que, juntamente com Maria, gozou da familiaridade mais íntima de Jesus Cristo. Devemos por isso crer que, como a santidade de São José, exceção feita da de Maria, excede a de todos os demais Santos, assim a intercessão de São José, depois da de Maria, é mais poderosa para com Deus do que a intercessão de qualquer outro Santo.

   Acresce que a divina Mãe, como querendo recompensar o amor que São José Lhe teve e os serviços que Lhe prestou em vida, faz todo o empenho para que os rogos de seu santo Esposo sejam atendidos, pelo que, quem se assegura a proteção de São José, goza ao mesmo tempo a de Maria.

Ide a José

   Imaginemos que o Senhor, vendo-nos oprimidos pelas nossas misérias, nos diz o que Faraó disse ao povo do Egito, no tempo da grande falta de trigo: Ide a José, se quiserdes ser consolados. Consagremo-nos portanto hoje de uma maneira especial a São José; ponhamo-nos debaixo da sua proteção valiosíssima e recorramos a ele cada dia, ou antes muitas vezes cada dia, em cada necessidade. Roguemos-lhe também pelas necessidades da Santa Madre Igreja.

E lhes estava submisso

   O exemplo de Jesus Cristo, que nesta Terra quis honrar tão grandemente a São José, era bastante para inspirar a todos uma grande devoção a este preclaro Santo. Desde que o Padre Eterno designou São José para fazer as suas vezes junto de Jesus, Jesus sempre o considerou e o respeitou como pai, obedecendo-lhe pelo espaço de vinte e cinco ou trinta anos: E lhes estava submisso. O que quer dizer que em toda aquela série de anos a única ocupação do Redentor foi obedecer a Maria e a José.

Chefe da Sagrada Família

   A José competia em todo aquele tempo exercer o ofício de governar, como cabeça que era da pequena família; a Jesus, como súdito, o ofício de obedecer. Punha a mais atenciosa diligência em escutar e executar tudo o que Lhe era imposto. – “O meu Filho”, assim revelou o Senhor a Santa Brígida, “era tão obediente, que quando José dizia: Faze isto, ou faze aquilo, logo o executava.”


  Para compreendermos as grandes mercês que São José faz aos seus devotos, basta referir o que a este respeito diz Santa Teresa: “Não me lembro (é a Santa quem fala) de lhe ter pedido alguma coisa sem que me tenha obtido. Causaria assombro se eu enumerasse todas as graças que o Senhor me concedeu por intermédio deste Santo, e todos os perigos, tanto para o corpo como para a alma, dos quais me livrou. Quisera persuadir a todos (continua a Santa) a serem devotos deste Santo, pela experiência adquirida dos grandes favores que ele obtém de Deus. Não conheço pessoa que, honrando-o de uma maneira particular, não se visse progredir muito na virtude. Desde muitos anos lhe peço na sua festa uma graça especial e sempre a tenho conseguido. A quem não me quiser crer, peço pelo amor de Deus que faça a experiência.”

 

Obra Consultada

Pe. Thiago Maria Cristini, C. SS. R., “Meditações para todos os dias do ano tiradas das obras de Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo e Doutor da Igreja”, Herder e Cia., tomo II, Friburgo em Brisgau, Alemanha, 1921.

 

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