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Missas públicas suspensas: a grande Sexta-Feira Santa da Igreja

16 de abril de 2020

A Sexta-Feira Santa é o único dia do ano no qual não há missas. A Igreja está vivendo isso com a suspensão geral de missas públicas?

Redação (Quinta-Feira, 16-04-2020, Gaudium Press) O Tríduo Pascal coroa não apenas a Semana Santa, mas também todo o tempo litúrgico. É o seu auge. Nesse ano, porém, pela primeira vez na história recente, a tristeza da Sexta-Feira Santa continua… Com efeito, a comemoração da Paixão do Senhor é o único dia do ano em que, por antiquíssima tradição, não há celebração eucarística. Ora, é precisamente o que vivemos nesses dias: as missas públicas continuam suspensas por toda parte.

O que é realmente essencial?

Como se sabe, diversos países proibiram ou desaconselharam as atividades ditas “não-essenciais”, por conta da pandemia. Claro que não se tardou em enquadrar os atos religiosos como “não-essenciais”, pois promoveriam necessariamente “aglomerações”.

Curiosamente, porém, as igrejas, já antes quase sempre vazias pela baixíssima assistência às missas em várias partes – em particular, na Europa –,[1] tornaram-se, como que num passe de mágica, um foco proeminente de expansão do vírus…  Tão logo, a missa “virtual” passou a ser a única “real” (e possível) para milhões de fiéis.

Céticos poderão atribuir a pecha de “obscurantistas” àqueles que desejam aceder aos sacramentos da Igreja em meio a uma crise. Mas antes cabe a pergunta: a Eucaristia é essencial? Se de fato Deus está ali presente, nada há de mais essencial! Ou melhor, só Deus é indispensável, todo o resto contingente.

Até quando viveremos esta Grande Sexta-Feira Santa?

É indiscutível que a quarentena tenha certos efeitos na diminuição da transmissão dessa misteriosa e sorrateira doença que assola o mundo. Trata-se de uma questão de sentido comum. Mas o cerne do problema é saber qual a amplitude de sua eficácia, bem como os seus efeitos colaterais e até que nível podemos chegar. Nessa esteira, alguns já falam em quarentena intermitente até 2022… e se é assim, as suspensões dos sacramentos durarão até lá? Ou pior: alcançando essa data, quem garante, considerando os últimos tempos, que novas doenças altamente contagiosas não aparecerão em cena?

Desta feita, continuaremos a viver ainda uma Grande Sexta-Feira Santa? Isto é, sem missas? Ou estaremos acostumados a não mais ir às missas e preferiremos assisti-las “virtualmente”, ou seja, não mais “realmente”? Se é assim, quando Jesus voltar pela Eucaristia, “encontrará ainda a fé sobre a terra” (Lc 18,8)?

Com efeito, há indicativos de que a taxa de adeptos ao Catolicismo teve uma brusca queda ao menos na Espanha após a quarentena.[2] Em contrapartida, a Conferência Episcopal Italiana prepara agora propostas para celebrar missas e funerais com público reduzido, sem perder a segurança, a partir do dia 4 de maio (recorde-se que a quarentena geral iniciou-se em 9 de março).[3]

A devoção eucarística: um exagero?

No meio dessa crise do vírus e da fé, no dia 12 de abril, o Bispo de Hildesheim, Dom Heiner Wilmer, comentou que os fiéis teriam uma visão sobrestimada (“überbewertet”) acerca da Eucaristia, além de estar por demais “fixados” (fixiert sint) nesse sacramento.[4]

Outros se jactam do fato de a crise pandêmica ter trazido a relativização do papel dos padres, questionando a necessidade da consagração das espécies eucarísticas para a manutenção da vida da Igreja.[5] Entretanto, o Magistério de João Paulo II remarcou que “a Igreja vive da Eucaristia”, precisamente porque Jesus prometeu estar conosco até o fim do mundo (Mt 28,20).[6] De acordo com São Tomás de Aquino, o “pão nosso de cada dia” do Pai-Nosso refere-se antes de tudo à Eucaristia, o principal sacramento, assim como o pão é o principal alimento.[7]

Uma igreja protestantizada?

Isso considerado, se o senso católico seguir uma direção relativizada da Eucaristia, não caminharemos para uma Igreja mais “protestantizada”, centrada na palavra (na melhor das hipóteses) e não mais na Eucaristia? Afinal, para que necessitaríamos da presença real de Jesus, se já temos a presença “virtual”…? Outros ainda mais avançados poderão seguir o exemplo de Lutero: para que a Igreja institucional, se posso falar diretamente com Deus? Para que, afinal, os templos…?

Só há um caminho: a ressurreição

A Igreja só tem um caminho: ou ressuscita desses momentos de Paixão, ou estará sepultada, embora nunca morta, pois, como sabemos, Jesus prometeu que as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela (Mt 16,18).

Cabe aos fiéis não perderem a esperança de encontrarem Nosso Senhor novamente no fracionar o pão (Lc 24,35), o pão vivo (Jo 6,51) que dá a vida. Pois se eles se esmorecerem ou se calarem, até as pedras clamarão (Lc 19,40).

Por Luis Fernando Ribeiro


[1] Na França a frequência à missa semanal é de 9% (2011) num contexto de 41% da população que se considera católica (2019; para comparar: em 1986, a porcentagem era de 81%). Special Eurobarometer 493 (Report: Discrimination in the European Union), May 2019-October 2019, p. 11.

[2] ROMERO, Juan. ¿Bajan más de 5 puntos los católicos durante el coronavirus? Eso dice Tezanos en el CIS, 15/4/2020. In: https://www.infocatolica.com/blog/delapsis.php/2004150317-ibajan-mas-5-puntos-los-catol

[3] REDAZIONE L’AVVENIRE. Coronavirus. Messe e funerali: la Chiesa prepara proposte per la fase 2, 16/4/2020. In: https://www.avvenire.it/chiesa/pagine/cei-le-richieste-per-la-riapertura

[4] Bischof Wilmer zur Coronakrise: „Das viele Streamen von Gottesdiensten ist mir nicht geheuer“. Entrevista em 12/4/2020 para Deutschlandfunk: https://www.deutschlandfunk.de/bischof-wilmer-zur-coronakrise-das-viele-streamen-von.868.de.html?dram:article_id=474469

[5] Frauen und Corona. Corona-Krise relativiert Rolle von geweihten Männern in der Kirche. Entrevista em 14/4/2020 à teóloga Agnes Wuckelt para a Katholisch.de: https://www.katholisch.de/artikel/25153-corona-krise-relativiert-rolle-von-geweihten-maennern-in-der-kirche

[6] Sobre isso cf. JOÃO PAULO II. Ecclesia de Eucharistia, n. 1.

[7] TOMÁS DE AQUINO. ST, II-II, q. 83, a. 9, resp.

 

Matéria publicada na Gaudium Press. Clique aqui para acessá-la.

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A Missa explicada por São Pio de Pietrelcina

   Padre Pio era o modelo de cada padre… Não se podia assistir “à sua Missa”, sem que nos tornássemos, quase sem perceber, “participantes” desse drama que se vivia a cada manhã sobre o altar. Crucificado com o Crucificado, o Padre revivia a Paixão de Jesus com grande dor, da qual fui testemunha privilegiada, pois lhe ajudava, na Missa. Ele nos ensinava que nossa Salvação só se poderia obter se, em primeiro lugar, a Cruz fosse plantada na nossa vida. Dizia: “Creio que a Santíssima Eucaristia é o grande meio para aspirar à Santa Perfeição, mas é preciso recebê‑La com o desejo e o engajamento de arrancar, do próprio coração, tudo o que desagrada Àquele que queremos ter em nós”.(27 de julho 1917).

   Pouco depois da minha ordenação sacerdotal, explicou‑me ele que, durante a celebração da Eucaristia, era preciso colocar em paralelo a cronologia da Missa e a da Paixão. Trata‑se, antes de tudo, de compreender e de realizar que o Padre no altar é Jesus Cristo. Do sinal da Cruz inicial até o Ofertório, é preciso ir encontrar Jesus no Getsemani, é preciso seguir Jesus na Sua agonia, sofrendo diante deste “mar de lama” do pecado. E, a partir desta visão, é preciso escutar as leituras da Missa como sendo dirigidas a nós, pessoalmente .

   O Ofertório: É a prisão, chegou a hora… O Prefácio: É o canto de louvor e de agradecimento que Jesus dirige ao Pai, e que Lhe permitiu, enfim, chegar a esta “Hora”. Desde o início da oração Eucarística até a Consagração: Nós nos unimos a Jesus em Seu aprisionamento, em Sua atroz flagelação, na Sua coroação de espinhos e Seu caminhar com a Cruz nas costas, pelas ruelas de Jerusalém.

A Consagração nos dá o Corpo entregue agora, o Sangue derramado agora. Misticamente, é a própria crucifixão do Senhor. Nós nos uníamos em seguida a Jesus na Cruz, oferecendo ao Pai, desde esse instante, o Sacrifício Redentor. Este é o sentido da oração litúrgica que segue imediatamente à Consagração.

   “Por Cristo com Cristo e em Cristo” corresponde ao brado de Jesus: “Pai, nas Tuas Mãos entrego o Meu Espírito!” Desde então, o sacrifício é consumado por Cristo e aceito pelo Pai. Daqui por diante, os homens não mais estão separados de Deus e se encontram de novo unidos. É a razão pela qual, nesse instante, recita‑se a oração de todos os filhos: “Pai Nosso…”.

   A fração da hóstia indica a Morte de Jesus… A Intinção, instante em que o Padre, tendo partido a Hóstia (símbolo da morte…), deixa cair uma parcela do Corpo de Cristo no cálice do Precioso Sangue, marca o momento da Ressurreição, pois o Corpo e o Sangue estão de novo reunidos e é a Cristo Vivo que vamos comungar.

Depois de ter escutado uma tal explicação dos lábios do próprio Padre Pio e sabendo bem que ele vivia dolorosamente tudo aquilo, compreende‑se que me tenha pedido segui‑lo neste caminho… o que eu fazia cada dia… E com que alegria!

Entrevista com Pe. Pio

Uma entrevista do Padre Pio revela a tamanha grandeza do que ele viveu nessas Missas que se tornaram famosas em todo o mundo.

– Padre, o Senhor ama o Sacrifício da Missa?

– Sim, porque Ela regenera o mundo.

– Que glória dá a Deus a Missa?

– Uma glória infinita.

– Padre, como devemos assistir à Santa Missa?

– Como assistiram a Santíssima Virgem e as piedosas mulheres. Como assistiu S. João Evangelista ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício cruento da Cruz.

– Padre, durante o Sacrifício divino o senhor carrega os nossos pecados?

– Não posso deixar de fazê‑lo, já que é uma parte do Santo Sacrifício.

– Eu já vi o senhor tremer ao subir aos degraus do altar. Por quê? Pelo que tem de sofrer?

– Não pelo que tenho de sofrer, mas pelo que tenho de oferecer.

– Padre, esta manhã na Missa, ao ler a história de Esaú, que vendeu os direitos de sua primogenitura, seus olhos se encheram de lágrimas.

– Parece‑te pouco desprezar o dom de Deus!?

– Padre, por que o senhor chora no Ofertório?

– Queres saber o segredo? Pois bem: porque é o momento em que a alma se separa das coisas profanas.

– No altar, o senhor está pregado na Cruz, como Jesus no Calvário? 

– E ainda me perguntas?

– Padre, os carrascos deitaram a Cruz no chão para pregar os cravos em Jesus?

– Evidentemente.

– Ao senhor também lhos pregam?

– E de que maneira!

– Padre, durante a Missa o senhor pronuncia as Sete Palavras que Jesus disse na Cruz?

– Sim, indignamente, mas também as pronuncio.

– E a quem diz: “Mulher, eis aí teu filho”

– Digo para Ela: “Eis aqui os filhos de Teu Filho”.

– O senhor sofre a sede e o abandono de Jesus?

– Sim.

– Em que momento?

– Depois da Consagração.

– Até que momento?

– Costuma ser até a Comunhão.

– Que é a Sagrada Comunhão?

– É toda uma misericórdia interior e exterior, todo um abraço. Pede a Jesus que Se deixe sentir sensivelmente.

– Quando se une a Jesus na Santa Comunhão, que quer que peçamos a Deus pelo senhor?

– Que eu seja outro Jesus, todo Jesus e sempre Jesus.

– Padre, por que o senhor chora ao pronunciar a última palavra do Evangelho de São João: “E vimos sua glória como do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”?

– Parece‑te pouco? Se os Apóstolos, com seus olhos de carne, viram essa glória, como será a que veremos no Filho de Deus, em Jesus, quando se manifestar no Céu?

– Que união teremos então com Jesus?

– A Eucaristia nos dá uma idéia.

– A Santíssima Virgem assiste à sua Missa?

– Julgas que a Mãe não se interessa por seu Filho?

– E os Anjos?

– Em multidões.

– Padre, quem está mais perto do Altar?

– Todo o Paraíso.

– O senhor gostaria de celebrar mais de uma Missa por dia?

– Se eu pudesse, não quereria descer do Altar.

– Padre, o senhor se lembra de mim na Santa Missa?

– Durante toda a Missa, desde o princípio até o fim, lembro-me de ti. 

Biografia

   Nascido em janeiro ou maio de 1887, na aldeia de Pietrelcina, perto da cidade de Benevento, Itália, Francesco Forgione, conhecido como Padre Pio, teve as mãos, pés e tórax estigmatizados ‑ como Cristo ‑, durante suas ardentes orações. Capuchinho, recebeu ordenação do sacerdócio em 1910. Em 1915 recebeu as chagas de Nosso Senhor de maneira invisível e três anos depois se abriram os estigmas, quando dava graças numa Missa. Calcula‑se que durante sua vida padre Pio tenha perdido dez vezes o peso de seu corpo nos sangramentos de suas feridas, que não cicatrizavam, não melhoravam e nem se corrompiam. E assim sucedeu durante 50 anos, até seu falecimento em 23 setembro de 1968.

   Seus feitos milagrosos são muitos e variados. Podia mesmo penetrar na consciência das pessoas e narrar‑lhe todos os seus pecados. Chegava a passar mais de 16 horas no confessionário e diariamente oferecia seus sofrimentos em favor da humanidade.

   Possuía ainda o dom da bilocação, tendo sido visto no convento enquanto, muito distante, consolava doentes ou agonizantes.

   Mesmo assim padre Pio foi objeto de perseguição, tendo Bento XV que se pronunciar em seu favor, dizendo que padre Pio era “uma alma extraordinária enviada por Deus para conduzir os homens a Ele”.

   Quando morreu, seu cadáver ficou exposto por quatro dias sem sinal algum de decomposição e mais de 100 mil pessoas acompanharam o seu funeral.

   Em 1947, Karol Wojtyla, mais tarde, João Paulo II, visitou Padre Pio. Este o observou por um instante e, comovido, profetizou: “Tu serás Papa. Mas eu vejo também sangue e violência sobre ti”. O Papa João Paulo II o beatificou em 2 de maio de 1999.

Fonte: Tradition Catolica, n1 141, nov/1998, citando “Assim Falou o Padre Pio” (S. Giovanni Rotondo, Foggia, Itália, 1974) com o Imprimatur de D. Fanton, Bispo Auxiliar de Vicenza (com pequenas adaptações). Autor: Pe. Jean Derobert. Publicado na Catolicanet, em 12/3/2004.

 

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Gaudete!

12 de Dezembro de 2013

Os mais variados sentimentos são representados no decorrer de todo o ano através das fórmulas litúrgicas. Um dos mais abundantes é a alegria. Tema este que tem seu lugar próprio nos domingos que seguem a Ressurreição e nos dias santos de Natal. Entretanto, como antecipação de ambas as alegrias aparecem o quarto domingo da quaresma (chamado Laetare) e o terceiro do Advento, ou Gaudete. Para estes dois dias, a Igreja reserva os paramentos de cor Rósea. Não são brancos pois não é ainda aquela alegria anunciada pelos sinos que repicam e pelo Glória que se canta.

Tanto no Domingo Laetare, quanto no Gaudete, a Liturgia quer que em meio à austeridade e rigor do advento (e da quaresma, no caso do quarto domingo deste tempo litúrgico) haja um dia de descanso, para que assim, depois dele, venha um período de maior fervor na oração e na penitência. Seu nome vem da antífona de entrada da missa que é um trecho da carta de São Paulo os filipenses: “Gaudéte in Dómino semper: íterum dico, gaudéte. Dóminus enim prope est”. – “Alegrai-vos sempre no Senhor: repito, alegrai-vos. O senhor está próximo”. (Fil 4,4)

Duas figuras antagônicas

São Paulo, preso em Roma, exorta à alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor, eu repito, alegrai-vos. Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus”. (Fil 4,4-7)

“Guadete”. Todo este trecho da epistola nos revela o coração do Apóstolo tomado de um grande júbilo. Ele não é natural, mas sim, sobrenatural, divino. Amarrado na prisão, sujeitado dia e noite a um soldado romano, privado da liberdade e da luz, não tem motivos humanos para se alegrar.

Junto à figura de São Paulo podemos colocar a do poeta Ovídio que no ano IX foi desterrado para Tomi (junto ao mar Negro). Ali ele escreve os cinco livros “Tristia” e os quatro “Ex Ponto”, onde manifesta a amargura que consome seu coração. O poeta acaba morrendo no ano 17. Tanto ele quanto o Apóstolo sofrem. Enquanto Ovídio escreve “Nihil nisi fiere libet” (nada espero de melhor), o outro exclama “Gaudete in Domino semper” (Alegrai-vos sempre no Senhor).

Os Paulos e Ovídios de hoje

As duas figuras representam dois tipos de pessoas na humanidade: as que se desesperam quando sofrem e aquelas que no sofrimento encontram alegria. Qual a causa desta dupla reação? Não sofrem os dois?

O cristianismo trouxe a verdadeira causa da alegria: Cristo. Paulo se alegra na prisão porque está com Cristo; enquanto que Ovídio morre de tristeza no desterro porque carece Dele. Paulo confia na providência de Deus cegamente “não está inquieto”. É um homem de oração e justamente com suas ações de graças apresenta a Deus suas petições. Por isso Paulo sente a paz de Cristo encher seu coração e sua inteligência. Enquanto que Ovídio…

O segredo: a Alegria

O escritor Chesterton tem um frase que bem pode ser aplicada a esta epístola: “A alegria é o gigantesco segredo do cristianismo”. É o resultado normal de uma vida espiritual em progresso. Somente almas como as de Paulo, cheias de Cristo, abandonadas em Deus, em constante equilíbrio interior, que são de oração constante, possuem o segredo da alegria.

É Bergson quem diz que “A alegria anuncia sempre que a vida triunfou, que ganhou terreno, que conseguiu uma vitória”. Do mesmo modo, a Alegria do católico indica que ele cresce na vida divina e de que ela triunfa sobre todas as adversidades que rodeiam a vida do homem.

O senhor está próximo

“Dominus prope”. Esta esperança era para os primeiros cristãos poderoso motivo que lhes impulsionava a serem bons, indulgentes, alegres… Nossa esperança em Cristo, que há de vir, é também motivo de alegria. Ignoramos quando este dia chegará. Sabemos que será logo pois “mil anos para Vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou” (Sl 89,4)

O Senhor está próximo, Nasce misticamente e liturgicamente no Natal.

O Senhor está próximo, Está no sacrário, na eucaristia que é sempre motivo de alegria para as almas que se aproximam dele. O Sagrado Coração de Jesus em uma de suas aparições disse a Soror Josefa Menendez: É por amor às almas que sou Prisioneiro na Eucaristia. Ali permaneço para que possam vir com todas as suas mágoas consolar‑se junto do mais terno e melhor dos pais e do Amigo que nunca as abandona. A Eucaristia é invenção do Amor!… E este amor que se esgota e se consome pelo bem das almas não encontra correspondência!… 

Então… alegremo-nos, o Senhor está próximo… mais do que imaginamos!!!

Fontes consultadas:
ORIA, Mons. Angel Herrera, VERBUM VITAE – La Palavra de Cristo, Vol I, BAC, Madrid, 1954
Pe. H. Monier Vinard e Pe. F. Charmot, S.J., Apelo ao amor, mensagem do Coração de Jesus ao mundo e sua mensageira Soror Josefa Menéndez, Editora Rio-São Paulo, Rio de Janeiro, março de 1963.

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Alegria até para os anjos

08 de Setembro de 2013

Natividade de Nossa Senhora e primeiras comunhões

          Essa pergunta, feita por São Pedro Damião em seu “Segundo Sermão sobre a Natividade de Nossa Senhora”, ainda surge hoje quando se trata de comemorar essa solenidade. O acontecimento é grande demais. E assim o santo justificou sua perplexidade:

          “Às trevas do paganismo e à falta de fé dos judeus, representadas pelo templo de Salomão, sucede o dia luminoso no templo de Maria. É justo, portanto, cantar este dia e Aquela que nele nasceu. Mas como poderíamos celebrá-la dignamente? Podemos narrar as façanhas heroicas de um mártir ou as virtudes de um santo, porque são humanas. Mas como poderá a palavra mortal, passageira e transitória exaltar Aquela que deu à luz a Palavra que fica? Como dizer que o Criador nasce da criatura?”

           Está inteiramente de acordo com o espírito da Igreja festejar com alegria a Festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria. Sua comemoração é feita no dia 8 de Setembro. “A celebração de hoje é para nós o começo de todas as festas”, afirma o Calendário Litúrgico Bizantino. O nascimento de Maria Santíssima traz ao mundo o anuncio jubiloso de uma boa nova: a mãe do Salvador já está entre nós. Ele é o alvorecer prenunciativo de nossa salvação, o início histórico da obra da Redenção.

          A alegria nas comemorações da festa litúrgica do nascimento de Nossa Senhora é justificadamente incentivada a todos, até aos anjos:

          “Alegrem-se todos os homens porque o nascimento da Virgem veio anunciar-lhes a aurora do grande dia da libertação pela qual aspiram todos os povos. Alegrem-se todos os anjos porque neste dia foi-lhes dada pela primeira vez a ocasião de reverenciar a sua futura Rainha.”

(http://www.arautos.org/especial/19039/A-Natividade-de-Maria.html)

*          *          *

          “Deixai vir a mim os pequeninos, deles é o reino dos Céus” … Nos dias de hoje é importante que pais e sacerdotes favoreçam a que as crianças que atingiram o uso da razão se preparem convenientemente para receberem, o quanto antes, o corpo e sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. O decreto de São Pio X caminha no sentido de que quanto menor a idade, melhor é comungar, mais digna será a acolhida a Cristo sacramentado.

          Por isso também hoje houve mais uma alegria na Terra que contagiou o Céu, pois  5 crianças receberam por primeira vez a Jesus Sacramentado durante a Missa Solene da Natividade de Maria. Elas foram previamente preparadas através de aulas de catequese ministradas pelos Cooperadores dos Arautos do Evangelho.

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