A Catedral que jamais será terminada!

Lund

         Em Zchonen, linda cidade universitária e primeiro Arcebispado da Escandinávia, ergue‑se formosa catedral romana. Debaixo do coro, abre‑se grande e bela cripta. Dizem todos que a igreja nunca será terminada, que sempre faltará alguma coisa, e que o motivo é este: quando São Lourenço chegou a Lund, a fim de pregar o Catolicismo, desejou construir uma igreja, mas carecia dos meios necessários e não sabia onde arranjá‑los.

           Pensando constantemente no seu objetivo, teve um dia a surpresa de ver na sua frente um gigante que se ofereceu para, em pouco tempo, erguer o templo contanto que São Lourenço adivinhasse o seu nome antes do fim. Se não o conseguisse, o gigante receberia como prêmio da aposta, o sol, a lua ou os olhos do santo. Este, confiando em Nossa Senhora, não teve o menor receio e aceitou a imposição.

           Iniciou‑se a construção, e dentro de pouco tempo o templo estava quase pronto. São Lourenço, pensando tristemente no nome do gigante e, evidentemente, não queria de maneira nenhuma desfazer‑se dos seus olhos, tão necessários para a glória de Deus. Um dia, percorrendo as ruas da cidade, sentiu‑se cansado e resolveu sentar‑se na encosta de uma colina. Do interior da colina chamou‑lhe a atenção o pranto de uma criança e a voz de uma mulher que cantava:

          ‑ Durma bem, durma bem, filhinho meu, que amanhã o bom Finn, seu pai, regressa, e você brincará com o sol ou lua, ou senão com os olhos de Lourenço!

          O santo, ouvindo aquilo, alegrou‑se imensamente. Sabia por fim, o nome do gigante. Imediatamente voltou para a igreja, e viu o gigante sentado já no teto, preparando‑se para colocar a última pedra.

          Gritou‑lhe: ‑ Ó Finn, coloque bem a última pedra!

          O gigante, enfurecido, atirou a pedra para longe, afirmando que a igreja jamais ficaria terminada, e desapareceu. A partir daquele dia, falta na igreja sempre alguma coisa.