Há orações que Deus não ouve?
Para que as nossas orações sejam atendidas é preciso que perante o Pai interponhamos os merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Mediador. É o que faz a Igreja que termina todas as orações e súplicas pedindo “por Nosso Senhor Jesus Cristo”. Não quer isto dizer que não possamos valer-nos da intercessão de Nossa Senhora e dos santos, que são os grandes amigos de Deus e nossos protetores.
Santo Agostinho afirma que se as nossas orações não foram atendidas é porque: “mali”, porque somos maus; “male”, porque pedimos mal; “mala”, porque pedimos coisas más.
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1- Mali – maus – Se fazemos sempre a vontade de Deus, também Ele fará a nossa vontade, como Ele próprio declarou: “Se permanecerdes em Mim (em estado de graça) e as minha palavras permanecerem em vós (se cumprimos os seus mandamentos), pedi o que quiserdes e ser-vos-á concedido”(Jo 15,7).
Por isso é que os Santos obtinham, como ninguém, as graças de Deus.
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2- Male – mal – Para rezar bem é preciso rezar com fé, como disse Jesus: “Tudo é possível a quem crê” (Mc9,23) até transportar montanhas, se tivermos “uma fé que não duvide”. São Tiago declara que, quem quiser obter de Deus a sabedoria, “peça-a com fé e sem hesitar, porque aquele que hesita assemelha-se à onda do mar que é levada e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá do Senhor seja o que for” (Tg 1,5-8).
Ao conceder as graças ou fazer milagres, quer corporais quer espirituais, Jesus costuma dizer: “Faça-se segundo a tua fé… Foi a tua fé que te salvou”. Elogia a fé do centurião (Mt 15,28). Pelo contrário, os habitantes de Nazaré não alcançaram graças e milagres por causa da sua “falta de fé” (Mc 6,6) e repreende a “pouca fé” dos seus discípulos (Mt 8,26).
Para rezar bem é preciso pedir com humildade, como o publicano do templo (Lc 18, 1-8), porque “Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes” (1Pd 5,55). “Quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado” – disse Jesus (Lc 14,11).
É preciso pedir com constância, ou persistência, isto é, uma e muitas vezes. É a lição que Jesus nos dá com as parábolas do amigo importuno (Lc 11,5-13) e da viúva persistente (Lc 18,1-8).
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3 – Mala – coisas más – Deus, como é Pai, só nos concede as graças que forem para sua glória e bem das nossas almas. Ele não é capaz de dar ao filho “uma pedra em vez de pão ou uma serpente em vez de peixe” (Mt 7,9-10).
No Jardim das Oliveiras, Jesus pediu ao Pai que O livrasse do cálice (sofrimento) da Sua paixão e morte. Apesar de ser o seu Filho muito amado, no qual pôs todas as suas complacências, não Lhe fez a vontade, mas mandou-Lhe um anjo para O confortar na sua agonia (Lc 22,48). Se O escutasse, não teria a glória da Ressurreição e nós não seríamos salvos.
As graças que forem certamente para glória de Deus e nosso verdadeiro bem, tais como a salvação, não cair em pecado, a virtude, o Senhor concede-as sempre, se as pedirmos com as devidas disposições.
Jornal A presença – Abril 1997 – nº 159
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