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Em meio a guerra, nasce a Reconciliação

   19 de Dezembro de 2014

    Estamos acostumados a participar das comemorações de Natal junto a nossa família, em casa, ou mesmo no colégio, entre amigos, conhecidos; enfim, sempre com a mesa repleta de doces e pratos deliciosos. Temos junto a nós a famosa Árvore de Natal, toda enfeitada com bolinhas coloridas, presentes e os cânticos natalinos que nos prepara para o Nascimento do Menino Jesus. Mas nem sempre as coisas são como nós queremos.

   Acompanhemos, então, uma impressionante história transcorrida no século passado, onde o próprio Salvador do mundo nasceu nos corações dos mais irreconciliáveis inimigos.

24 de dezembro de 1914. Primeira Guerra Mundial.

    No “front”, a batalha é intensa e entra noite adentro. Bombas estrondosas e destruidoras, tiros ensurdecedores e constantes, brados de guerra… Inesperadamente, as fileiras alemãs cessam de atirar. Surpresos os franceses fazem o mesmo. O silêncio cai sobre as trincheiras e os suaves flocos de neve vão caindo lentamente sobre os exaustos exér­citos.

            De repente, surgem tochas no campo alemão. Os soldados que as levam caminham em passo lento. O fogo dança lançando reflexos sobre a neve. Indecisos e perplexos, os franceses deixam o inimigo aproximar-se. Já estão a poucos passos… Mas nada há que recear. Num relance, os franceses entendem tudo: as alemãs cantam “Noite Feliz”; é Natal!

*    *    *

            Reunidos sob o bosque de pinheiros, aqueles homens que instantes atrás haviam dado provas de bravura recordam agora seus antigos natais do tempo de menino. Alguns lembram São Nicolau, o legendário bispo que enchia a imaginação das crianças…

            Alguns soldados alemãs evocam suas aldeiazinhas montanhosas, cobertas de neve. No dia 6 de dezembro, as famílias se reuniam a noite. Era dia de são Nicolau, que prenunciava as alegrias natalinas. Bolos, doces, frutas perfumadas cobriam a mesa. grandes candelabros iluminavam a sala a luz de velas. Ao Lado do presépio, perto da lareira, brilhava uma linda arvore de natal. o ambiente era  de recolhimento , de alegria séria e discreta, mas profunda. Fora, a neve caía lentamente, em flocos.

            Em certo momento, o rosto das crianças se iluminava. Ouviam bimbalhar ao longe os sininhos, com o tropel de animais em marcha. Corriam à janela, encostando o narizinho na vidraça. Na curva do caminho, surgia o trenó dourado, puxado por quatro renas de chifres longos, com seus galhos. Sentado pomposamente, vinha o bispo de barbas brancas: era São Nicolau!

            Paramentado, ele trazia na mão direita um báculo de ouro lavrado; na esquerda, um grande livro, encadernado em fino couro, com bordaduras douradas e pedras preciosas. Seu criado conduzia o trenó, tendo ao lado um saco repleto até os bordos e um grande bordão.

            Chegando à casa, São Nicolau mandava parar o trenó. O criado tomava o saco e o bordão, enquanto o dono da casa ia abrir a porta cheio de alegria, com respeito e veneração. A alta estatura do Prelado, sua longa barba, a mitra e o báculo, tudo isso lhe conferia um ar de solenidade que se misturava a afabilidade da fisionomia e a doçura do olhar. Ele sorria para as crianças e saudava os da casa. Erguia depois solenemente a mão abençoando a todos com o Sinal da Cruz.

            O Ancião dirigia-se depois às crianças, com ternura. A uma pedia que cantasse uma canção de natal. A outra, que recitasse uma poesia. A uma terceira que rezasse uma oração.

            E as crianças, inocentes e maravilhadas, piamente acreditavam que aquele São Nicolau e seus criados haviam descido do céu…

            O respeitável visitante abria então o grande “livro de ouro”, onde estava registrado o comportamento das crianças durante o ano. Após consultá-lo, o Bispo chamava uma por uma, dando-lhes bolos, doces, bombons e frutas como presente. Ou melhor, isto era para as bem-comportadas… a outras, ele sentava-as no joelho e, em tom afável, mas sério, repreendia o mau comportamento. E fazia prometerem emendar-se. Caso contrário… no próximo ano mandaria o criado aplicar-lhes o bordão! Àquelas especialmente insubordinadas ameaçava levá-las no grande saco… O efeito era altamente salutar.

            Assim ia são Nicolau de casa em casa, dando bons conselhos, presentes e também reprimentas paternais. Em alguns lugares, apenas deixava presentes nos sapatos das crianças, colocados do lado de fora das janelas. E a ninguém o bom ancião esquecia!

*    *    *

        Depois destas recordações, os soldados franceses e alemães viam a noite caminhar para o seu fim. Comovidos, despediram-se, e o mesmo cortejo se formou, com os alemães partindo ao som da “Stille Nacht” – “Noite Feliz”. No campo de batalha, restavam as marcas de seus passos sobre a neve, e aos poucos o som daquela maravilhosa canção desaparecia, dando lugar ao profundo silêncio da madrugada.

 *    *    *

    Caro leitor, estamos nos aproximando do Natal! Será que não temos também nós alguma rivalidade, briguinha ou queixa contra o próximo? Eis agora uma grande oportunidade de nos reconciliarmos com ele e juntos aguardamos a vinda do Menino Jesus que novamente nascerá nos corações de todos os homens de boa vontade.

Por Caio V.  In: Agência Boa Imprensa – ABIM – 22/81

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Missa de Natal

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo. 1,1-18).

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       Ao som de cânticos natalinos e gregorianos, os Arautos do Evangelho participaram da Eucaristia de Natal, na igreja de Nossa Senhora da Piedade, no bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes, presidida pelo Frei Paulo Sérgio, OCM.

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        Após a Celebração Litúrgica, os Arautos ofereceram um pequeno concerto natalino aos paroquianos que enchiam aquele templo sagrado para comemorar o nascimento do Salvador. O cântico de “Noite Feliz” ecoou de maneira especial por aquelas paredes sagradas.

      Éramos todos uma só alma e um só coração a louvar o Salvador da humanidade, tão grande e ao mesmo tempo tão pequeno, que – nos dizeres de Santo Agostinho – fez-se homem para que nos fizéssemos Deus.

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