29 de Janeiro de 2010
Dom Bosco nasceu aos 16 de Agosto de 1815. Filho de camponeses, emergiu do anonimato para a glória como um novo Simão Cirineu. O que sabe-se de Simão, senão que era de Cirene? E o que a maioria dos homens conhece de Sirene, senão que era terra de um certo Simão? Tal como aquele da via sacra, Dom Bosco encontrou-se com o Mestre e o ajudou a carregar a sua cruz na via dolorosa. Saiu da Obscuridade, para os altares!
Santificar os jovens, eis o itinerário deste santo. Conta-nos seus biógrafos que certa vez estando no pátio do Oratório viu um menino:
– Queres dar-me a chave?
– Que chave, senhor? A do meu baú? – Pergunta o menino.
– Para que eu quero a chave do teu baú?! Dá-me a chave do teu coração! Ajuda-me!
O menino – Para que senhor?
– Ajuda-me a salvar a tua alma. Faremos assim: (…) uma confissão da tua vida passada. Mas fica tranquilo; o que tu não poderes dizer ou lembrar, dirá dom Bosco.”*
Outra vez, encontra um jovem no saguão.
D. Bosco: – Como vais?
– Muito bem.
D. Bosco: – E a tua alma também?
– Oh! Sim!
D. Bosco: – Se Morreres esta noite, ficarias contente?
– Ah, não!
D. Bosco: – Então, porque não te confessas hoje?*
Em um dos casos em que D. Bosco fez essa mesma pergunta, realmente, fôra a última noite daquela alma pueril sobre a terra.
Fatos impressionantes de discernimento dos Espíritos, de entendimento das Almas são abundantes nas melhores biografias de Dom Bosco. Narraremos aqui um dos mais impressionantes.
Com a morte de Pio IX inicia-se os preparativos para o conclave. O camerlengo, cardeal Pecci orienta os trabalhos dos operários que preparam os aposentos para os conclavistas. Um velho sacerdote aproxima-se dele e lhe oscula às mãos.
– Quem é o senhor? E o que o trás aqui? Pergunta o cardeal.
– Sou um pobre sacerdote que agora beija a mão de vossa eminência, rogando ao céu que, dentro em pouco, lhe possa beijar o pé sagrado.
– Cuidado com o que diz! Proíbo-o que rogue assim!
– Vossa Eminência não me pode proibir que peça ao Senhor que se cumpra a sua vontade.
– Se reza como disse, ameaço-o com as censuras.
– Ainda não tem vossa Eminência faculdades para infringir censuras. Quando tiver, saberei respeitá-las.
– Mas quem é o senhor que fala com semelhante desempenho?
– Sou Dom Bosco.
Em 20 de fevereiro o conclave elegia o Cardeal Joaqui Pecci, que tomava o nome de Leão XIII.*
Em seus últimos dias nesta terra, disse a Dom Cagliero (bispo salesiano) que estava para ir a Roma: “Dirás ao Santo Padre um segredo desta casa: os salesianos tem por missão especial, onde quer que trabalhem, sustentar a autoridade da Santa Sé”.*
Aos seus jovens, no fim de janeiro deixou seu último recado “Digam aos jovens que espero todos no paraíso. Que com a devoção à Maria Auxiliadora e a Comunhão freqüente, todos chegarão”.*
Quem observa de perto a urna com as relíquias de D. Bosco, lê diversas vezes seu lema “Da mihi Animas et caetera Tollis”, “Dai-me almas e tirai todo o resto”. Realmente, hoje, mas do que nunca almas acorrem ao Santo da Juventude. E aquele que quis as almas, tendo tudo mais como “resto”, teve ao fim da vida o Cristo como recompensa demasiadamente grande
* Para todas as citações, Cfr. WAST, Hugo, Dom Bosco e seu Tempo, Livraria Globo, 1933
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