São Carlos Borromeo – 4 de novembro
São Carlos Borromeo (1538-1584), cuja festa se comemora no dia 4 de novembro, foi cardeal arcebispo de Milão (1564-1584). Organizou de modo exímio a administração desta diocese bem como o seu seminário, confiado por ele à Companhia de Jesus. Afirmava que “uma alma é uma ‘diocese’ bastante vasta para um bispo”. Mas nem por isso deixou de zelar ardorosamente por sua grei, promovendo, por exemplo, a Confraria para a Doutrina Cristã com o objetivo de ensinar o catecismo aos jovens, chegando a alcançar 20 mil alunos em 1595. Eminente pastor, é considerado um dos maiores defensores da fé no período da Contrarreforma juntamente com Santo Inácio de Loyola e São Filipe Neri.
Alguns fatos ilustram a sua bela trajetória de santidade:
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Os santos entram em crise?
São Carlos Borromeo narra que passou por um duro período de provação, experimentando o sentimento de inutilidade e a dura carga do demônio tentador. Certa vez, andando a cavalo com o seu primo Frederico, foi por este indagado: “O que fazes nos momentos de aflição”? O santo italiano respondeu tirando de seu bolso o livreto dos Salmos: “Leio os salmos”. Para ele, os sentimentos de resignação, intrepidez e fervor que transpareciam pela pena do salmista lhe traziam luzes para enfrentar os grandes embates de sua vida. Nesse sentido, ensina-nos São Pedro em sua primeira epístola: “Fostes regenerados, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a Palavra viva de Deus, a qual permanece para sempre” (1Pd 1,23).
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A bíblia é repouso dos justos
Certa vez, o santo bispo Carlos Borromeo visitava a diocese vizinha de Vigevano. Nesta ocasião, o bispo desta cidade lhe apresentou o belo jardim de seu palácio episcopal. Um dos presentes recomendou ao prelado milanês que tomasse tempo para descansar um pouco sob o influxo daquele bosque. Borromeo lhe respondeu: “A bíblia é o jardim mais apropriado para o meu repouso”. Não é sem razão que escolhera como lema simplesmente a palavra: humilitas (humildade).
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Qual é a chave do céu?
Noutra ocasião, São Carlos Borromeo contemplava a conclusão de uma pintura. Nela o pintor representou a morte segundo o modo habitual, ou seja, por meio de um esqueleto e uma foice. Surpreendentemente, o santo bispo ordenou que a foice fosse substituída por uma chave de ouro porque, conforme explicava, era através da morte que podemos abrir as portas do céu, conforme proclama o salmo: “Esta é a porta do Senhor: os justos por ela entrarão” (Sl 117,20).
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