Nossa Senhora Aparecida: milagres e mais milagres!
11 de Outubro de 2013
“Essa terra, senhor, é dadivosa e boa, nela em se plantando, tudo dá”! Assim escrevia Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal ao ter o seu primeiro contato com esta terra de Santa Cruz.
Brasil, terra que encanta a todos que por aqui passam. O azul do céu, a placidez do mar, o verde das matas, o canto dos pássaros, a brisa do Atlântico, os frutos diversos em cores e sabores, enfim, gigante pela própria natureza, terra dourada!
Contudo, ao logo do tempo percebemos que não só os frutos materiais foram se desenvolvendo, mas sobretudo os frutos espirituais, que com o meritório trabalho missionário da Companhia de Jesus foi se multiplicando gradativamente.
Entretanto, Deus por intermédio de sua mãe Santíssima, ainda teria muitos planos para este nosso tão imenso Brasil.
* * *
Corria o ano de 1717 quando três pescadores, Domingos Alves Garcia, João Alves e Felipe Pedroso preocupados com as frustradas tentativas de pesca acabam por apanhar um objeto diferente dentro rio. Era o corpo de uma figura que representava Nossa Senhora. Mais uma vez lançam as redes e por fim “pescam” a cabeça da imagem.
Será isso um sinal de Deus? Católicos zelosos que eram, guardaram na canoa o precioso achado, e continuaram lançando as redes. Logo sucedeu algo inesperado:a canoa se encheu de tantos peixes que quase afundou! Os bons ribeirinhos logo atribuíram essa pesca milagrosa à presença da imagem de Nossa Senhora da Conceição, em boa hora aparecida no rio Paraíba do Sul, na altura do Porto de Itaguaçu.
Assim começa a história de nossa padroeira: Nossa Senhora da Conceição Aparecida!
Uma nova era de milagres
Logo após o descobrimento da Virgem “aparecida” os milagres começaram a se multiplicar.
O primeiro milagre atribuído à imagem se deu numa noite serena e silenciosa: enquanto a família e vizinhos rezavam o terço, duas velas se apagaram sem que ninguém as soprasse, e se acenderam sem que pessoa alguma colocasse fogo nelas.
A luz daquelas velas, que se reacenderam miraculosamente naquela noite, iluminou seus corações e despertou neles grande amor e devoção para com Nossa Senhora. Logo grande número de fieis afluíam ao local para render graças à Virgem Imaculada.
Era costume, naquela época de robusta fé, as famílias vizinhas se reunirem aos sábados para rezar o terço e outras orações, e entoar cânticos em louvor da Imaculada Conceição de Maria. Nessas reuniões familiares, além do relatado acima, houve várias manifestações extraordinárias: o nicho com a imagem passou a tremer, esta quase caiu e as velas se apagaram; no móvel onde se encontrava a imagem, várias pessoas ouviram estrondos, repetidas vezes.¹
Um outro milagre
— Uma esmola pelo amor de Deus!
Era com essa frase comovente que o menino Sebastião de Paula, paralítico das pernas estendia as mãos aos transeuntes, implorando um auxílio para sua manutenção. O pobre paralítico não podia fazer nenhum movimento com as pernas, e só se locomovia quando apoiado às costas de seu irmão. O povo já o conhecia muito e o estimava. Todos se compadeciam de sua triste situação.
Mas a cidade era pequena e o menino não podia colher esmolas suficiente para viver. Foi então que um amigo o aconselhou.
— Aqui não dá nada, Sebastião. Se eu fosse você, eu iria a Queluz. Lá há mais gente e você conseguirá mais dinheiro.
O infeliz aceitou o conselho e arrastou sua desgraça até esse local, onde começou a pedir esmolas.
Numa das ruas da cidade Sebastião prosseguia seu triste trabalho, suplicando sempre:
— Uma esmola pelo amor de Deus.
O bondoso sacerdote deu-lhe uma esmola e parou para conversar.
— Por que você pede esmolas, menino?
— Porque não posso- trabalhar para viver.
— O que é que você tem!
— Eu… eu sou paralítico das pernas. Não posso andar, seu padre.
— Ah! É uma pena. Tão criança… Você não acredita em Nossa Senhora Aparecida!
— Como não, seu padre! Sempre fui bom católico… Graças a Deus.
— Aceite o meu conselho, menino… e procure curar essa moléstia.
— Mas seu padre! O doutor disse que não tem cura. Eu já procurei curar. Não posso mesmo andar.
— Não estou falando de médicos. O que os homens não fazem talvez Deus o faça.
Não custa nada tentar… E por que não tentar… ?
— Se o senhor acha que dá resultado, eu farei.
— Menino, disse o sacerdote. Muita gente tem conseguido verdadeiros milagres com promessas. Por que você não experimenta fazer uma! Não custa nada, meu filho… Nossa Senhora Aparecida é muito milagrosa…
— Está bem, seu padre… Muito obrigado. Deus lhe pague pelo conselho e pela esmola também. Deus lhe pague, seu padre.
O padre se afastou e logo chegou o irmão do menino.
— O que aquele padre estava falando com você!
— Ele me deu uma esmola e me aconselhou a fazer uma promessa à Nossa Senhora Aparecida, para que ela me cure.
— Será que dá resultado? Ela ê muito milagrosa. Mas você já visitou tantos e tantos médicos, não é mesmo!
— Sim. É verdade.
— Mas em todo caso, não custa nada tentar. Dizem que precisa ter fé.
— Eu tenho fé, retrucou Sebastião. Eu sempre tive fé em Nossa Senhora Aparecida.
— Você tem muita vontade de andar, não é Sebastião!
— Se tenho… Você não pode imaginar como é triste ficar encostado num canto vendo tanta gente andar… E eu sempre me arrastando encostado em você… É muito triste, meu irmão… Muito triste mesmo…
Sebastião fez a promessa e intimamente pediu com muito fervor à Nossa Senhora Aparecida, a graça de poder caminhar.
Naquela noite nem teve tempo de contar a quantidade de esmolas conseguidas com sua mendicância. Foi para o leito e pediu ardorosamente à Nossa Senhora Aparecida a graça de poder andar, fazendo uma promessa.
Os dias foram passando, e já no terceiro dia, Sebastião sentiu que podia fazer movimentos com os pés. Nada disse ao irmão, com medo que fosse um falso alarme. No dia seguinte também experimentou, e conseguiu caminhar alguns passos. Quase não cabia em si de contentamento… Experimentou mais algumas vezes e notou deslumbrado que podia andar… Quando seu irmão o viu caminhando, mal pode crer no que seus olhos viam. Sebastião andava. O pobre paralítico estava radicalmente curado.
Fora um grandioso milagre de Nossa Senhora Aparecida, a grande Padroeira do Brasil, mãe de todos os infelizes que dirigem a Ela preces fervorosas.²
Mas, os milagres acabaram?
Uma pergunta intrigante poderia ficar na cabeça do nosso caro leitor: “será que os milagres acabaram”? É uma pergunta razoável de se fazer em meio a este turbilhão de maldade que assola o mundo atualmente.
A resposta tenderia a ser positiva, “sim, os milagres acabaram”, entretanto não o é!
Para aqueles que já tiveram a oportunidade de visitar o Santuário Nacional de Aparecida puderam comprovar, ao entrar na sala dos milagres, que a “era do milagres” não acabou e que por sinal são mais numerosos que imaginamos. São centenas de milhares de milagres ocorridos e graças alcançadas por pessoas anônimas aos olhos dos homens, mas que aos olhos da Virgem Aparecida são lembrados constantemente.
Gostaria aqui de citar mais um milagre de Nossa Senhora, mas pensando melhor, vou dá uma brechinha ao leitor de continuar este artigo colocando abaixo o seu milagre ou sua graça alcançada.
Oração:
Ó Senhora da Conceição Aparecida, que fizestes tantos milagres que comprovam Vossa poderosa intercessão junto ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, obtende para nossas famílias as graças de que tanto necessitam. Defendei-nos da violência, das doenças, do desemprego, e sobretudo do pecado, que nos afasta de Vós. Protegei nossos filhos de tantos fatores de deformação da juventude. E concedei a todos os membros de nossas famílias a graça de poderem trilhar o caminho de perfeição e de paz ensinado por Vosso Divino Filho, que afirmou: “Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em Mim. Haveis de ter aflições no mundo; mas tende confiança, Eu venci o mundo!” Amém.
¹A Padroeira, os milagres e as famílias, Pe. Luiz Alexandre de Souza
²JORGE, Fred. Aparição e milagres de Nossa Senhora Aparecida. São Paulo. 1954.
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