By

Antífonas do Ó – II

Antífona de 18 de Dezembro

O Adonai et Dux domus Israel, qui Moysi in igne flammæ rubi apparuisti et ei in Sina legem dedisti: Veni ad redimendum nos in brachio extento

   Ó guia de Israel, que no monte do Sinai, orientastes a Moisés, oh, vinde redimir-nos, com braço estendido!

Como receberei o Rei em minha casa?

    Que feliz sairia daqui um homem a quem dissessem: – “O rei virá amanhã a tua casa para fazer-te grande mercê!” Acho que não almoçaria de tanta alegria e preocupação nem dormiria durante toda a noite, pensando: “O rei virá a minha casa, como lhe prepararei pousada?”

   Irmãos, digo-vos que Deus quer vir a vós e que traz consigo um reino de paz, como já ouvistes. Bendita seja a sua misericórdia e glorificado o seu santo nome!

   Quem vos saberia dizer com que tempero devemos condimentar este manjar? Como?  Se Ele é o próprio Deus e o ofendido, e nós homens e os que ofendemos; se é nosso lucro da hospedagem e Ele quem no-la está pedindo, seremos nós a desprezá-lo? E que pensar se soubermos que Deus está a porta dos corações? Pensais que está longe? Está batendo à porta.

Deus está batendo à minha porta

   – “Oh, padre! Não é possível que Ele esteja tão perto como dizeis, porque cometi tal e tal pecado e o expulsei para muito longe de mim, e com certeza está muito magoado comigo”.

   Eis que estou à porta e bato, diz Ele. Se alguém me abrir a porta, entrarei (cf. Apoc 3,20). Pensais que Deus é como vós que, se vos causam um pequeno aborrecimento ou vos perseguem, logo excluís o próximo do vosso amor?

   Como podeis pensar que, por vós não perdoardes, Deus também não perdoa?

Deus nos pede compaixão

   Diz o pecador quando peca: – “Retirai-vos de mim, Senhor, porque não Vos amo!”. E Deus sai da casa, e põe-se à porta, e fica chamando: – “Abre-me, minha esposa, minha amiga; ficarei aqui até que, por compaixão, venhas a mim e me abras”.

    Não minto: Ele nos pede que, por compaixão, lhe abramos a porta!

   É espantoso que Deus nos peça pousada por compaixão e nos diga:  – “Abre-me, que não tenho para onde ir”. E quando um coração tocado por Ele toma consciência disso, não há nada que mais o cative de amores ou o derreta. E assim dizia Santo Agostinho: “Eu fugia de Ti, Senhor, e Tu corrias atrás de mim”.

A porta não abre

   Por que não quereis abrir a Deus? Quem estará dentro de ti para não quereres abrir? E se aquele que bate e diz: – “Minha esposa, eu morri por ti e, para que tivesses tranquilidade, passei por muitos sofrimentos”, é o próprio Deus! Alguma coisa contrária está dentro de ti, por cujo amor não lhe queres abrir. Peço-vos que me digais: o que é que cativa tanto o vosso coração, que por isso não quereis receber a Deus e vossa casa neste Natal?

Oração

   “Ó Adonai, Deus, vinde para nos remir pelo poder de vosso braço.” – Ó Deus, protetor fortíssimo e guia fiel de vosso povo, vinde remir o gênero humano com o vosso supremo poder! Vinde livrar-nos de tantas misérias nossas e subjugar com o vosso braço todo poderoso os poderes das trevas, que demasiado reinaram sobre nós, e arruinaram as almas. “E Vós, o Padre Eterno, que quisestes, mediante a embaixada do Anjo, que o vosso Verbo tomasse carne no seio da Bem-aventurada Virgem Maria, dai que, venerando-A como verdadeira Mãe de Deus, possamos, pela sua intercessão, obter o vosso auxílio. Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo.”

Fontes:

O presente texto foi extraído do livro, O Mistério do Natal – São João de Ávila, Editora Quadrante, São Paulo, 1998, p. 17-20

Pe. Thiago Maria Cristini, C. SS. R., “Meditações para todos os dias do ano tiradas das obras de Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo e Doutor da Igreja”, Herder e Cia., tomo I, p 63, Friburgo em Brisgau, Alemanha, 1921.

Por favor, deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

%d blogueiros gostam disto: